Dólar fecha a R$ 1,73, menor cotação desde início do ano; Bovespa cai 0,73%
A cotação da moeda americana recuou para o seu nível mais baixo desde 8 de janeiro, na sessão desta segunda-feira, seguindo a tendência predominante no mês passado: a taxa de câmbio brasileira desvalorizou em 14 dos 20 dias úteis do mês de abril.
E o Banco Central, mais vez, realizou dois leilões de compra, tornando quase rotineiro uma prática rara em suas ações no mercado de câmbio doméstico.
Mesmo em um ambiente de relativo nervosismo com a crise na Europa, prevaleceu a expectativa dos agentes financeiros de que o Banco Central deve apertar a política monetária (elevar os juros básicos) mais vezes ao longo deste ano, para fazer frente à inflação esperada. Juros mais altos, na interpretação "clássica" do mercado financeiro, costumam tornar mais atraentes os ativos financeiros domésticos para o capital estrangeiro.
O boletim Focus, elaborado pelo BC a partir das projeções econômicas de uma centena de instituições financeiras, revelou que as expectativas para a inflação deste ano voltaram a apontar uma taxa ainda mais alta: o IPCA projetado atingiu 5,42%, ante 5,41% do boletim anterior. Já faz 15 semanas seguidas que esse documento mostra o mesmo movimento das expectativas.
Nesse contexto, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,732, em baixa de 0,34%, nas últimas operações do dia. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,744 e R$ 1,729. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,840, em um recuo de 0,54%.
Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) perde 0,73%, aos 67.033 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,65 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 1,30%.
O Banco Central entrou pela primeira vez no mercado às 11h58 (hora de Brasília), comprando moeda por R$ 1,7343 (taxa de corte). Perto do encerramento das operações, o BC voltou a realizar um leilão de compra, às 16h01, tomando dólares por R$ 1,7307.
Juros futuros
No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas subiram novamente nos contratos de maior volume financeiro.
No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista avançou de 10,58% ao ano para 10,60%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada ascendeu de 11,16% para 11,20%. E no contrato de janeiro de 2012, a taxa negociada recuou de 12,35% para 12,46%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.
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