MT: a mecanização e o desenvolvimento no campo
Segundo Glauber, que também é engenheiro agrônomo, na época de seu avô, praticamente não havia tratores nas propriedades rurais e tudo era feito de forma manual. "Meus avós plantavam cana, criavam galinhas, vacas leiteiras. Viviam da produção de subsistência e da venda de rapaduras e outros produtos para garimpeiros da região de Chapada dos Guimarães". Já o pai de Glauber teve um trator da Companhia Brasileira de Tratores (CBT), de 1959, cuja tecnologia ajudou a abrir as fronteiras da agropecuária nacional, imperando por cerca de 20 anos, até a década de 1980 quando abriu falência por não resistir à entrada das grandes multinacionais que passaram a dominar o mercado. Diferente de seus ancestrais, as lavouras de soja e milho de Glauber são todas mecanizadas, o que contribui fundamentalmente com a produtividade e quantidade de grãos plantados.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, avalia que o avanço da agricultura em Mato Grosso - que colocou o Estado em destaque na produção agropecuária nacional e mundial durante as últimas duas décadas - é resultado do crescente aumento da tecnologia utilizada no campo e a incorporação de novas áreas. Segundo ele, a aquisição de máquinas agrícolas ocorreu em proporções semelhantes no Estado, o que acabou se traduzindo em produtividade agrícola e operacional de máquinas, reduzindo perdas e custos operacionais, com consequente aumento da rentabilidade.
Outro fator relevante da mecanização no campo é que os investimentos em máquinas agrícolas pelos produtores rurais sempre estiveram vinculados às políticas de crédito do Governo Federal. Ou seja, os aumentos ou reduções na aquisição de máquinas aconteceram na mesma proporção que a liberação de recursos, em especial a Linha Moderfrota - Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras.
Outras informações importantes devem ser consideradas quando se analisa a evolução do parque de máquinas do Estado. A evolução da área plantada de soja e a evolução dos preços praticados no mercado de commodities agrícolas também apresentam uma linha de tendência similar à evolução na venda de tratores e também de colheitadeiras.
De acordo com estudos do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (IMEA) para cada 1.000 ha de soja cultivada é necessária a utilização de 3 tratores. Sendo que para as culturas do algodão, milho e arroz foi admitido o uso dos mesmos tratores. A participação da cana-de-açúcar foi desconsiderada, em função da área reduzida e por utilizar apenas 2 tratores a cada 2.000 ha. A pecuária de corte utiliza os tratores já depreciados pela agricultura.
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