Algodão: setor espera acordo com os Estados Unidos
Publicado em 07/04/2010 08:38
Ministro Miguel Jorge considera positiva a perspectiva de acordo com o governo dos Estados Unidos encerrando impasse.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, considera positiva a perspectiva de acordo com o governo dos Estados Unidos encerrando o impasse em torno do algodão brasileiro. O ministro disse hoje (6) à Agência Brasil que os Estados Unidos perceberam a necessidade de buscar “um ponto de convergência” e enviaram negociadores com a proposta de criação de um fundo no valor de US$ 147,3 milhões anuais para financiar projetos do setor de algodão.
“Os Estados Unidos se convenceram que era preciso negociar e buscar um ponto de convergência”, afirmou Miguel Jorge. “Sempre dissemos que queríamos negociar, evitamos o encrudescimento e provocações. Todo o tempo fomos muito cautelosos e cuidados. Deu certo.”
A dois dias de iniciar a retaliação aos Estados Unidos em decorrência dos subsídios ao setor do algodão, o governo anunciou ontem (5) a prorrogação do prazo para a aplicação da medida para o dia 22 de abril. A expectativa é que o governo norte-americano cumpra com a promessa de criar o fundo para o setor. Com isso, seria encerrado o imbróglio e a ameaça de retaliação por parte do governo brasileiro.
“Estou confiante. Acho que essa iniciativa [de adiar a execução da retaliação] foi ótima. A busca por um acordo é sempre o melhor caminho”, afirmou o ministro.
Porém, as propostas anunciadas ontem são consideradas provisórias. A expectativa é que sirvam de base para uma medida final na disputa aberta pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Por licença do organismo, o Brasil pode retaliar os Estados Unidos em US$ 591 milhões em exportações de produtos americanos e US$ 238 milhões na área de propriedade intelectual.
Na tarde de ontem a Câmara de Comércio Exterior (Camex) examinou a possibilidade de adiar a retaliação. Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, há a possibilidade de “entendimento mais abrangente”. No entanto, o chanceler reiterou que é necessário compreender que há medidas que têm apenas o caráter provisório e não permanente.
“Qualquer entendimento que esteja aquém da plena implementação das determinações da OMC será, por definição, temporário”, disse Amorim. “Essa implementação plena envolverá ações complexas tanto do Executivo, quanto do Legislativo norte-americanos. Um conjunto de procedimentos que ofereça condições adequadas, ainda que temporárias, será, de qualquer forma, bem-vindo.”
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Fonte:
Agência Brasil
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