Exportações de carne bovina têm boas perspectivas
O aumento do preço médio da carne bovina no mercado internacional pode levar ao um maior avanço das exportações do produto pelo Brasil, com destaque para Minas Gerais, em 2010.De acordo com estudo da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Susaf) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, no acumulado de janeiro a fevereiro, a cotação média da carne procedente da indústria mineira foi US$ 3.640,77 por tonelada, uma variação positiva de 14,5% em relação ao mesmo período de 2009. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
A análise da Superintendência tem por base informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A receita do Estado com as exportações de carne bovina foi de US$ 39,6 milhões nos dois primeiros meses de 2010 e de US$ 34,6 milhões no mesmo período do ano passado.
Para o secretário da Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, além da reação dos preços, já refletida nos números divulgados, há um outro indicador favorável às exportações de carne bovina pelo Brasil, bem como de maior inserção do produto mineiro nos mercados mundiais: a determinação da Argentina de restringir, temporariamente, os embarques de carne resfriada e congelada ao exterior. “Essa medida é uma alternativa de emergência para forçar o aumento da oferta doméstica e controlar a alta dos preços internos”, diz o secretário. Ele observa que, segundo avaliação do Departamento de Agricultura Americano (Usda), a produção de carne da Argentina, em 2010, deve cair 12,5% em comparação com o ano anterior.
Gilman Viana acrescenta que “em 2009 a forte seca na Argentina obrigou os produtores a abaterem os animais por falta de alimento para o rebanho. A diminuição de animais vai interferir na regularidade da oferta de carne argentina nos próximos dois anos.”
Ao mesmo tempo, segundo o secretário, a produção mundial estimada, em 2010, deve sofrer redução de 0,7%, em comparação com 2009. O volume total produzido deve chegar a 56,4 milhões de toneladas. Já o Brasil, que ocupa a segunda posição entre os principais produtores mundiais – posicionando-se atrás dos Estados Unidos – deve apresentar aumento da produção de 4%. Em 2010, a produção estimada para o Brasil deve atingir 9,3 milhões de toneladas, que representa 16,5% da produção mundial. A produção americana é estimada em 11,6 milhões de toneladas, ou 20,6% da produção mundial. Já no ranking dos exportadores, o Brasil está em primeiro lugar e detém o maior rebanho comercial do mundo.
Produção forte
Minas Gerais tem um rebanho bovino de 22,4 milhões de cabeças, que representa 11,1% do rebanho nacional. O Estado abateu, nos primeiros nove meses de 2009, 1,9 milhão de cabeças, que representa 9% do total abatido pelo país, 20,6 milhões de cabeças.
O Estado é um grande player no mercado mundial. Em 2009, Minas apresentou 1.757 propriedades aptas a fornecerem animais para frigoríficos exportadores. O rastreamento de bovinos é uma das alternativas para conquistar mercados consumidores gradativamente mais exigentes e preocupados com a segurança alimentar. No caso da União Européia, Minas comparece com 35,5% do total das propriedades rastreadas para suprir a indústria exportadora para aquele bloco.
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