Bovespa fecha em queda de 0,14%, com temor de aperto chinês
Principal importador mundial de commodities, a China voltou a "assombrar" o mercado brasileiro de ações na rodada de negócios desta quinta-feira. Os investidores temem que o país asiático volte a adotar medidas restritivas à economia, e optaram por vender. E a Bolsa brasileira, que subiu na maior parte do mês, não acompanhou a reação das Bolsas americanas, e encerrou o dia em terreno negativo.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, teve queda de 0,14%, aos 69.884 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,84 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,42%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,770, em queda de 0,16%. A taxa de risco-país marca 190 pontos, acima da pontuação anterior.
Os números da economia chinesa divulgados ontem à noite mostraram a inflação em níveis desconfortáveis, e economia em aceleração. Para os mercados mundiais, essa combinação é a "senha" para que Pequim volte a adotar medidas restritivas à economia, para conter a escalada dos preços, como já fez recentemente.
"O mercado sempre procura se antecipar aos fatos, e a leitura que muita gente fez [dos números da China] é: o que vem pela frente é um aperto monetário", diz Antonio Cesar Amarante, gestor de investimentos da corretora Senso.
O que ainda evitou a queda ainda maior da Bolsa ainda é o fluxo de capital estrangeiro, que vem contribuindo para que o índice Ibovespa oscile perto dos 70 mil pontos. "A Bolsa é sempre determinada pelo fluxo. Em janeiro, saiu [capital estrangeiro]; em fevereiro, saiu. Em março, somente no início do mês, entrou R$ 1,5 bilhão". lembra Amarante.
Entre as principais notícias do dia, o IBGE apontou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país sofreu sua primeira retração (0,2%) num ano desde 1992. No quarto trimestre do ano passado, o PIB teve avanço de 2% em relação aos três meses imediatamente anteriores --a maior alta desde o quarto trimestre de 2007.
O número veio em linha com as projeções de muitos economistas do setor financeiro. Surpreendeu, no entanto, o desempenho do setor varejista em janeiro, também divulgado pelo IBGE: as vendas aumentaram 2,7% contra dezembro e 10,4% ante janeiro de 2009.
Nos EUA, o governo informou que o deficit comercial (exportações menos importações) caiu 6,6% em janeiro, mais do que esperavam analistas do setor financeiro; e o Departamento do Trabalho revelou uma contração na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego (um importante termômetro do mercado de trabalho local).
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros