Alho cultivado em Minas alcança produtividade recorde

Minas Gerais lidera neste ano a produção de alho do país, com cerca de 22,2 mil toneladas, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este volume corresponde a 25% da safra nacional, segundo avaliação da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “O aumento da produção mineira, de quase 1%, foi obtido com o cultivo em uma área inferior à de 2008, o que comprova a agregação de tecnologia ao plantio e a ação benéfica do clima”, diz o superintendente João Ricardo Albanez.

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Ele enfatiza que a produtividade do alho em Minas alcança neste ano um índice histórico, com o registro de um volume superior a 12 toneladas por hectare. “A área de cultivo, em 2009, foi de 1,8 mil hectares, quase idêntica à de dez anos atrás. Naquele período a produção alcançou volume pouco superior a 10,2 mil toneladas, cerca de 24% inferior ao registrado neste ano”.

Na região do Alto Paranaíba, onde predomina uma agricultura com alto índice tecnológico, estão concentrados os municípios que lideram a produção de alho no Estado, informa o coordenador estadual de Olericultura da Emater-MG, Georgeton Silveira. Para ele, “isso explica os crescentes índices de produtividade das lavouras, porque os agricultores envolvidos na atividade são geralmente de grande porte e investem na melhoria do cultivo. A variação da produtividade na região é de 15 a 20 toneladas por hectare, enquanto a média do país fica em 8 toneladas por hectare.”

O município de Rio Paranaíba, com uma safra de 10,5 mil toneladas, lidera a produção mineira de alho. Em segundo lugar está Campos Altos, com pouco mais de 4,0 mil toneladas. Na terceira posição encontra-se o município de Santa Juliana, com 2,2 mil toneladas. Também apresentam produção expressiva os municípios de Guarda Mor, no Noroeste, e de São Gotardo, este também localizado no Alto Paranaíba. A produção de alho dos cinco municípios, em 2009, é da ordem de 18,7 mil toneladas, mais de 84% da safra total da olerícola no Estado.

Vendas crescentes

O aumento da comercialização de alho na Ceasa Minas, em Contagem, é outro indicador do momento favorável da atividade. De janeiro a outubro de 2009 os produtores mineiros colocaram no entreposto quase 11,2 mil toneladas do produto, na comparação com as 10,9 mil toneladas entregues no ano mesmo período do ano passado. No acumulado dos dez meses deste ano a atividade fez girar na Ceasa cerca de R$ 11,6 milhões contra a cifra aproximada de R$ 8,5 milhões registrada de janeiro a outubro de 2008.

De acordo ainda com dados do entreposto de Contagem, o preço médio do produto, apurado no Mercado Livre do Produtor (MLP), teve um aumento de 44,11%. A cotação média, registrada entre janeiro e outubro de 2009, foi de R$ 4,41 o quilo, na comparação com os R$ 3,60 alcançados no mesmo período do ano passado.

Georgeton Silveira considera que a perspectiva de mercado firme para o alho no Estado estimula os produtores a investir na atividade. O aumento da produção é necessário porque as importações do produto ainda são inevitáveis para atender plenamente à demanda interna. “O grande fornecedor é a China, que em 2008 colocou no mercado brasileiro mais de 3 milhões de caixas, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Alho (Anapa)”. Segundo o coordenador de Olericultura da Emater-MG, a produção é subsidiada pelo governo chinês e entra no Brasil livre de taxação.