Bolsonaro diz que acusações contra ele são graves e infundadas e rechaça tentativa de golpe
Por Ricardo Brito e Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, em suas primeiras declarações após se tornar réu em investigação que apura tentativa de golpe de Estado e crimes relacionados, que as acusações contra ele são graves e infundadas.
Bolsonaro também insinuou que a decisão unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que o tornou réu na manhã desta quarta seria resultado aparentemente de "algo pessoal" contra ele.
Em sua fala de cerca de 50 minutos a jornalistas, em que não abriu para perguntas, o ex-presidente afirmou que os comandantes militares jamais embarcariam numa "aventura", que seria a tentativa de um golpe de Estado.
Bolsonaro admitiu novamente, entretanto, que sua gestão chegou a discutir medidas excepcionalíssimas.
"Discutir hipóteses de dispositivos constitucionais não é crime", argumentou ele, sem dar maiores detalhes.
Em uma segunda entrevista que deu, de cerca de 30 minutos no final da tarde, o ex-presidente rechaçou ter tramado qualquer tentativa de golpe. Ele repetiu que chegou a discutir, sim, a decretação de um estado de sítio, mas ressaltou que a iniciativa teria de ser formalmente solicitada ao Congresso Nacional, sendo que também deveria se ouvir antes o Conselho da República. Ressaltou que nenhuma iniciativas dessas foi adiante.
Com base em investigações, documentos e na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal apontaram que, após Bolsonaro ter sido derrotado na disputa em 2022, houve discussões em reuniões e minutas golpistas para adotar medidas excepcionais que, na prática, poderiam impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
As declarações de Bolsonaro, dadas depois da decisão do STF, também abordaram teses já marteladas pelo ex-presidente desde a época das eleições, questionando a confiabilidade das urnas e do processo eleitoral brasileiro. Bolsonaro acompanhou o julgamento do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho.
(Reportagem de Bernardo Caram e Ricardo Brito)
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