Gleisi diz esperar melhora nas decisões do Copom e destaca boa relação com Haddad
Por Victor Borges
BRASÍLIA (Reuters) - A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira que espera uma melhora nas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre os juros e também que a autarquia leve em consideração a situação econômica atual nas futuras reuniões.
"Eu tenho expectativa de que o Banco Central agora, a autoridade monetária, considere a realidade econômica do pais, considere, enfim, a questão da inflação para ter uma política mais compatível com nossa realidade", disse Gleisi em entrevista à CNN Brasil. "A gente tem condições de ter uma situação melhor na política monetária. É a minha expectativa com as futuras decisões."
A ministra também lembrou que a alta de 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, na taxa Selic anunciada pelo Copom nesta semana já estava precificada desde o ano passado.
Gleisi definiu a atual meta de inflação, de 3% com margem de tolerância de 1,5% para mais ou menos, como "justa", dizendo não ver necessidade de debater sua alteração.
"Não acho que seja o caso de discussão de mudança e não acho que a inflação, mesmo estando acima da banda da meta, esteja absurdamente estourada. Eu acho que as medidas estão sendo tomadas e não acredito que seja só a política de juros que vai resolver isso", afirmou.
O IPCA, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu 1,31% em fevereiro, depois de avançar 0,16% em janeiro. Em 12 meses até fevereiro o IPCA acumulou alta de 5,06%.
No comunicado da decisão sobre juros desta semana, o Copom citou um cenário marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções elevadas para os preços à frente, resiliência na atividade e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista.
Questionada sobre sua relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após divergências anteriores, Gleisi afirmou que tem uma relação boa e respeitosa com o ministro, que negou, na quinta-feira, um "clima ruim" entre membros do governo.
"Tenho uma boa convivência com o ministro Fernando Haddad", afirmou. "Gosto dele, tenho muita respeitabilidade. Estive com ele já, quero ajudar e já disse que fui nomeada para ser ministra da articulação política. Então, dentro desse meu papel, quero ajudar o Ministério da Fazenda e ele."
A ministra citou o projeto de lei que isenta o pagamento do Imposto de Renda para quem recebe até R$5 mil mensais, enviado esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso, como uma das "muitas vitórias" que pretende alcançar junto com Haddad.
A ministra também elogiou a redação do texto e afirmou ter certeza da sua aprovação pelo Congresso.
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