Choques nos preços do café levam cerca de um ano para serem repercutidos nos consumidores, diz relatório da ONU
LONDRES, 14 de março (Reuters) - Os choques nos preços do café cru levam cerca de um ano para serem repercutidos nos consumidores, enquanto o impacto residual dura pelo menos quatro anos, de acordo com um relatório publicado na sexta-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Devido às condições climáticas adversas persistentes que estão reduzindo os suprimentos e consumindo os estoques globais, os preços do café cru estão em alta, com o arábica subindo 70% na bolsa ICE no ano passado e mais de 20% neste ano até agora.
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De acordo com a FAO, cerca de 80% desses aumentos de preços serão repassados aos consumidores ao longo de 11 meses na União Europeia, enquanto nos Estados Unidos 80% dos aumentos serão repassados ao longo de 8 meses.
Os EUA e a União Europeia são de longe as maiores regiões consumidoras de café do mundo.
Os aumentos de preços para os consumidores provavelmente serão muito menores do que o aumento no custo dos grãos crus, pois há outros fatores que contribuem para os preços do café no varejo, como transporte, torrefação, embalagem, certificação e margens de lucro no varejo.
De acordo com o relatório da FAO, um aumento de 1% no custo do feijão cru na UE se traduz em um aumento de 0,24% no preço de varejo após 19 meses, "com o choque persistindo por vários anos".
Em termos de países produtores, o órgão da ONU disse que os preços para os produtores de grãos de café aumentaram 17,8% na Etiópia, 12,3% no Quênia, 13,6% no Brasil e 11,9% na Colômbia — muito longe dos ganhos observados em mercados negociados internacionalmente, como a ICE.
Reportagem de May Angel; Edição de Elaine Hardcastle e David Evans
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