Guerra comercial de Trump favorece o agronegócio brasileiro, diz empresa de grãos SLC
SÃO PAULO, 13 de março (Reuters) - A guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , que levou países como a China a retaliar tarifas implementadas por seu governo, é favorável ao Brasil, disse o CEO da empresa de agronegócio SLC Agricola (SLCE3.SA) disse na quinta-feira.
"A guerra comercial continua beneficiando a agricultura brasileira e o Brasil como um fornecedor seguro para clientes que demandam alimentos", disse Aurélio Pavinato em uma teleconferência com analistas após os resultados do quarto trimestre da empresa.
A SLC é uma das maiores produtoras de grãos e algodão do Brasil.
O lado positivo da economia número 1 da América Latina estaria ligado à forte demanda da China , o maior importador de soja do mundo, já que a dependência do país asiático da soja dos EUA "diminuiu muito" desde a guerra comercial anterior de 2018-2019, disse Pavinato.
Na semana passada, a China retaliou rapidamente às novas taxas dos EUA anunciadas por Trump, impondo aumentos de 10% e 15% em impostos que cobrem US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos, incluindo carne e soja.
Pavinato estimou que a China importará 80 milhões de toneladas de soja do Brasil e 21 milhões de toneladas dos EUA este ano.
A guerra comercial já está fortalecendo os prêmios da soja brasileira em relação aos preços de referência de Chicago, disse ele, acrescentando que eles têm potencial para subir 10% — precisamente a tarifa aplicada pela China à soja dos EUA.
Pavinato observou que a China também reduziu sua dependência do milho dos EUA e que o Brasil em breve poderá atender toda a demanda de importação de algodão da China.
A questão-chave, disse ele, era se haveria um novo acordo entre a China e os EUA sobre produtos agrícolas, já que na guerra comercial anterior as duas superpotências conseguiram chegar a um acordo.
Um acordo como o visto no primeiro governo Trump pode não ser benéfico para o Brasil, pois pode levar a China a importar mais dos EUA
"Mas não acreditamos que isso vá acontecer", disse Pavinato.
"Pode haver um acordo, mas a agricultura não seria seu pilar. A guerra comercial de 2025 parece muito mais geopolítica do que comercial."
Reportagem de Roberto Samora; Redação de Isabel Teles; Edição de Gabriel Araujo e Rod Nickel
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