A francesa Ouvre se torna a mais nova produtora de açúcar a fechar fábrica

PARIS (Reuters) - A produtora de açúcar francesa Ouvre decidiu fechar sua única fábrica devido a problemas técnicos e financeiros, informou a empresa à Reuters, marcando o sexto fechamento de usina de açúcar na França em dois anos.

A França é o maior produtor de açúcar da União Europeia, mas uma série de colheitas ruins, causadas por clima adverso e doenças, impediu alguns fazendeiros de cultivar beterraba, cortando suprimentos para os fabricantes de açúcar. Mais recentemente, uma queda nos preços do açúcar atingiu os lucros.

A Ouvre, de propriedade familiar, que opera uma usina de açúcar localizada em Souppes-sur-Loing, ao sul de Paris, com uma produção de cerca de 60.000 toneladas métricas de açúcar por ano, foi forçada a interromper a produção no final do ano passado devido a graves problemas técnicos.

A empresa solicitou à Cristal Union, a segunda maior produtora da França, que possui diversas refinarias de açúcar na região, que processasse a beterraba colhida por seus membros em 2024/25, com a esperança de reiniciar a planta em 2025/26.

Mas problemas financeiros levaram a empresa a decidir fechar a fábrica, o que foi anunciado aos representantes dos 109 funcionários, informou a empresa em um comunicado enviado por e-mail.

"Em um mercado saturado, onde nossos concorrentes, grandes grupos industriais, estão reduzindo o número de suas fábricas, o custo de reabilitação de nossas ferramentas industriais excede nossas capacidades financeiras", disse Julien Ouvre, presidente-executivo da Ouvre and Sons, no comunicado.

O fechamento reduz o número de fábricas de açúcar na França de 25 para 19 no final da última década. Cristal Union e Saint Louis Sucre, a filial francesa da maior fabricante de açúcar da Europa, Suedzucker (SZUG.DE), fecharam duas, enquanto a maior produtora, Tereos, fechou uma.

A Ouvre chegou a um acordo segundo o qual a Cristal Union receberá beterraba sacarina de seus agricultores para a safra 2025/26, informou a empresa.

A paralisação coincide com uma redução esperada na produção de açúcar na França durante a próxima temporada e uma queda nos preços do açúcar.

Os preços do açúcar europeu caíram 30% no ano até novembro, atingindo a mínima de dois anos de 599 euros por tonelada, de acordo com os últimos dados disponíveis. Os preços globais do açúcar foram negociados perto das mínimas de três anos na terça-feira.

Saint-Louis Sucre disse aos seus membros, em 24 de dezembro, reduziria a área para a colheita de 2025 em 15% devido aos menores preços do açúcar europeu e às altas importações ucranianas.

O impacto geral na produção de açúcar da França — cerca de 4 milhões de toneladas por ano — provavelmente será mínimo, já que a maioria dos produtores deverá entregar suas beterrabas à Cristal Union ou à Tereos, que também está cortejando os produtores de Ouvre.

Reportagem de Sybille de La Hamaide; edição de Barbara Lewis