Metsul: Chuva retorna ao Sul do BR nos próximos dias com alívio para o déficit hídrico
A chuva vai retornar para grande parte do Sul do Brasil depois de uma primeira metade de janeiro de precipitações bastante irregulares com escassez de água em muitos locais, especialmente do Rio Grande do Sul a ponto de em várias cidades sequer ter chovido até agora neste ano.
A escassez de precipitação, entretanto, já dura até 45 dias em algumas áreas, como do Oeste do Rio Grande do Sul, com perda acelerada de umidade do solo pela temperatura muito alta com marcas nos termômetros perto e acima de 35ºC há vários dias.
Produtores rurais relatam já perdas consolidadas em lavouras de soja e milho no interior gaúcho. De acordo com o último boletim conjuntural da Emater-RS, parte do estado já sofre com estresse hídrico pela falta de chuva.
A Emater destaca que “a semeadura se soja evoluiu apenas em regiões onde houve umidade do solo adequada para a operação, mas na Fronteira Oeste, Noroeste e Norte, a ausência de chuvas paralisou a atividade”.
No que é mais preocupante, o boletim enfatiza que “a redução da umidade já causa estresse hídrico em parte significativa das áreas no estado, reduzindo o potencial produtivo da cultura de soja”.
Na região administrativa de Bagé, a escassez de chuvas causa perdas significativas e ainda impede a conclusão do plantio das lavouras mais tardias. Muitas áreas semeadas em dezembro apresentam problemas pelas falhas na germinação, provocadas pela falta de umidade.
A estiagem também deve afetar os produtores de milho que pretendem realizar a semeadura da soja em sequência, pois não há umidade suficiente para a operação. Em Santana do Livramento, Quaraí e Rosário do Sul, observam-se sintomas de estresse hídrico em grandes porções de lavouras, nos horários mais quentes do dia, ocasionando murchamento e abortamento de plantas.
Em Manoel Viana e Maçambará, ocorreu morte de plantas em solos arenosos, onde não chove de forma significativa nos últimos 30 dias. Nas regiões de solos mais argilosos, as perdas são consideráveis, destaca a Emater.
Quanto ao milho, a cultura está em colheita no Rio Grande do Sul. Nas primeiras áreas colhidas em algumas regiões, há lavouras com excelentes resultados e outras com menor produtividade. A Emater destaca que a ausência de chuvas afeta as plantas em estágio reprodutivo de maneira mais intensa, assim como o plantio, impactado pela falta de umidade do solo.
A falta de chuva no início da fase reprodutiva – em novembro e dezembro – e na fase final de enchimento dos grãos, afetou significativamente as áreas sem irrigação em vários pontos. Em Itaqui, as lavouras de sequeiro estão em fase reprodutiva inicial, e as perdas podem chegar a 80%. Na área de Santa Maria, as plantas apresentam forte estresse hídrico e há perdas consideráveis em lavouras em floração.
CHUVA COMEÇA A RETORNAR AOS PRÓXIMOS DIAS
Uma massa de ar quente toma conta do Rio Grande do Sul nesta semana com elevadas temperaturas, o que acelera a perda de umidade no solo e agrava as perdas no campo. Por outro lado, a umidade gradualmente na atmosfera, combinando-se com o calor para formar instabilidade.
Por isso, a tendência é que a chuva retorne e se torne mais frequente no Rio Grande do Sul nos próximos dias com precipitações previstas para todas as regiões gaúchas. Deve chover em locais que não registram precipitação há 30 ou 45 dias, como no Oeste.
Nesta terça-feira, chuva isolada atinge pontos do Noroeste e do Norte do Rio Grande do Sul da tarde para a noite. Amanhã, as precipitações localizadas geradas pelo calor entre a tarde e a noite atingem diferentes pontos da Metade Norte, sobretudo o Noroeste e o Norte gaúcho.
Na quinta, a chuva de verão isolada vai alcançar várias regiões, inclusive pontos tanto do Oeste como do Sul gaúcho. Na sexta, chuva isolada de verão é esperada na maioria das regiões gaúchas. No fim de semana, os dados indicam chuva na maior parte do estado, principalmente em horas da tarde para a noite, com precipitação em mais locais e com maiores volumes.
A MetSul enfatiza que a chuva dos próximos dias será bastante irregular. Chove em um canto e não chove em outro, assim que haverá precipitação em parte de um município enquanto outras não receberão nenhuma gota. Além disso, onde chover, os volumes vão variar muito com possibilidade dentro de um mesmo município de baixo volume e altos acumulados isolados por nuvens carregadas localizadas.
Assim, embora a chuva dos próximos dias deva proporcionar um alívio no déficit hídrico em diversas áreas, não se espera que alcance marcas necessárias para reduzir as perdas de produtividade em todas as áreas no momento afetadas pela estiagem.
O QUE MOSTRAM OS MODELOS QUANTO À CHUVA
Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva para sete dias dos modelos norte-americano GFS, o canadense CMC e o alemão Icon em que se constata como a chuva deve afetar grande parte do Sul do Brasil.
Os mapas dos modelos podem ser consultados a qualquer hora com atualizações duas a quatro vezes por dia, conforme o modelo numérico, na seção de mapas do site da MetSul Meteorologia (assine aqui para ter acesso aos modelos).
Como se observa nas projeções, há uma grande discrepância entre as simulações de quanto e onde pode chover, embora todas indiquem precipitação para a maior parte do Sul do Brasil.
Há um consenso entre os dados que os maiores volumes podem se dar em pontos do Paraná e de Santa Catarina. Quanto ao Rio Grande do Sul, há uma enorme divergência entre os modelos no que toca aos volumes com o alemão Icon apontando o cenário mais favorável de chuva com indicativo de precipitações mais robustas no próximo fim de semana.
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