Soja nos portos brasileiros têm começo de 2025 com preços testando indicadores acima de R$ 140/sc

Os preços da soja no mercado brasileiro começaram 2025 com bons indicativos nos portos, apesar da pressão ainda insistente sobre os futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago. Segundo explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, os primeiros dias úteis de 2025 registraram valores nos portos que variaram de R$ 137,00 - na posição maio - a R$ 146,00 - no agosto -, com o suporte central para os preços vindo do dólar. "E nesta quinta (2), o mercado ainda pagou cerca de R$ 1,00 a mais", disse, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (3). 

"O mercado está começando o ano em condições muito melhores do que as do ano passado, porque tivemos os portos trabalhando abaixo dos R$ 130,00 no começo da temporada e aí no interior, entre março e abril, os preços trabalhando abaixo dos R$ 100,00 para o produtor. Hoje estamos com condições em todo interior do Brasil acima de R$ 100,00; R$ 105,00; R$ 110,00. Estamos com preços de R$ 12,00 a R$ 15,00 melhores do que há um ano, na época da colheita da safra passada. O ambiente, por conta do dólar, está mais ameno para o produtor. E como ele já consolidou a safra com o custo em reais, essa valorização do dólar veio para beneficiar", detalha Brandalizze. 

O consultor explica ainda que há uma demanda forte e crescente pela safra robusta que o Brasil deve colher nesta temporada - superando 170 milhões de toneladas - e que há, porém, 'apenas' cerca de 60 milhões já comercializadas, com a comercialização estando adiantada em relação ao mesmo período do ano passado. E isso faz com que, como orienta o analista, o produtor não tenha que avançar com vendas muito agressivas nos períodos mais críticos de picos de oferta, em especial em uma temporada onde a logística brasileira deverá estar bastante estrangulada. 

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam a sessão desta sexta com baixas agressivas, de 18,50 a 21,25 pontos nos contratos mais negociados. O contrato janeiro encerrou o dia com US$ 9,81 e o maio com US$ 10,03 por bushel. Os preços do grão acompanharam os dos derivados, com o farelo liderando as perdas nesta sexta-feira. 

As baixas entre as cotações do farelo se dão, em parte, pela melhora que alguns modelos climáticos sinalizam para a Argentina nos próximos dias. No entanto, esse recuo também vem como um ajuste diante das altas dos últimos dias.

O mercado continua sem grandes novidades e ainda frente a fundamentos baixistas. O ano de 2025 começa com os traders ainda muito atentos à safra recorde que se desenvolve no Brasil, às condições de clima na América do Sul e às expectativas sobre o governo Trump II, com Donald Trump tomando posse no dia 20 e colocando ainda mais incertezas sobre suas relações com a China, maior importadora global de commodities.