Complexo soja intensifica perdas em Chicago nesta 6ª feira com baixas de mais de 3% lideradas pelo farelo
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago vêm intensificando suas perdas no pregão desta sexta-feira (3), acompanhando a nova despencada do farelo de mais de 3%. O mercado do derivado pressiona ainda mais os preços do grão que, perto de 12h55 (horário de Brasília), recuavam entre 15,75 e 20,75 pontos, levando o janeiro a US$ 9,83 e o maio a US$ 10,05 por bushel.
As baixas entre as cotações do farelo se dão, em parte, pela melhora que alguns modelos climáticos sinalizam para a Argentina nos próximos dias, como explica o time da Agrinvest Commodities. "O modelo EC (europeu) começou a mostrar alguma melhora de clima para a parte central da Argentina".
No entanto, esse recuo também vem como um ajuste diante das altas dos últimos dias. Ainda segundo a Agrinvest, "o farelo de soja subiu mais de 10% em relação às mínimas de dezembro do ano passado. Nos últimos cinco anos, o derivado emplatou quatro anos de rally nesta época. Destes quatro, apenas dois o rally se estendeu até o final de maio. Nesse ano, os fundamentos não são muito firmes. Os prêmios do farelo mostram ainda que não há falta de produto".
Assim, perto de 13h15, o contrato março/25 - que é o mais negociado agora - tinha US$ 309,90 por tonelada curta, perdendo 3,13%. O óleo também completava o movimento negativo do complexo, recuando mais de 1% entre as principais posições, com o março valendo 39,70 cents de dólar por libra-peso.
O mercado continua sem grandes novidades e ainda frente a fundamentos baixistas. O ano de 2025 começa com os traders ainda muito atentos à safra recorde que se desenvolve no Brasil, às condições de clima na América do Sul e às expectativas sobre o governo Trump II, com Donald Trump tomando posse no dia 20 e colocando ainda mais incertezas sobre suas relações com a China, maior importadora global de commodities.
Hoje, os números da demanda também pesaram. Os dados trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontaram vendas semanais para exportação abaixo das expectativas do mercado, com 484,7 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 500 mil e 1,2 milhão de toneladas. Todavia, em toda temporada, os EUA já comprometeram 40,171,4 milhões de toneladas de soja, acima do mesmo período do ano passado, quando eram pouco mais de 36 milhões. O USDA projeta as exportações totais dos EUA nesta temporada em 49,67 milhões de toneladas.
Além disso, o cenário geopolítico mais amplo também está no radar do mercado, com conflitos em andamento, protecionismo crescente, e a China dando sinais de que segue focada em manter seu crescimento "ao redor dos 5%" neste ano.
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