Algodão: Mercado em NY testa limite de alta nesta 2ª feira e chega a subir mais de 4%
Os futuros do algodão negociados na Bolsa de Nova York registraram uma sessão bastante intensa nesta segunda-feira (16) e chegaram a testar seus limites de alta - com mais de 4% de ganho entre as posições mais negociadas - diante de um cenário combinado de fundamentos e uma ação especulativa, a qual ainda precisaria se confirmar de forma mais efetiva no mercado da pluma. Assim, o outubro encerrou o dia com 71,75 cents de dólar por libra-peso e alta de 227 pontos, ao passo em que o dezembro/24 foi a 72,82 e o março/25 com 74,24 cents/lb, ambos subindo 300 pontos somente neste pregão.
"Vamos ter que esperar pra ver. Apesar do movimento, ainda é muito cedo para dizermos que o mercado encontrou outro patamar", afirma o consultor do mercado de algodão, Pery Pedro.
Com os ganhos deste começo de semana, os preços testaram suas máximas desde fevereiro na Bolsa de Nova York e refletiram, entre os fundamentos, as preocupações com as adversidades climáticas nos EUA, que acabaram colocando alguma pressão sobre os preços, entre outros fatores, ainda como explica o especialista.
"Em primeiro lugar, pode ter sido a China entrando mais forte no mercado. Ainda não dimensionamos o tamanho dessa entrada, no ano passado ela entrou forte nesta época e fez um barulho, pode ser isso. As condições nos EUA se deterioraram (das lavouras), nada que promova um desastre, mas estão piores do que estavam há dois meses. E por fim, podemos ter também um ataque especulativo, como já tivemos no passado, Há estas três possibilidades e estamos olhando para entender melhor", complementa Pedro.
Analistas internacionais acreditam ainda que as preocupações com as condições de clima nos Estados Unidos, agravadas pelas possibilidades de que o furacão Francine possa comprometer ainda mais a qualidade das lavouras na região do Delta, nos Estados Unidos, promoveram também uma cobertura de posições por partes dos fundos, que estavam bastante fortes em uma contínua baixa dos preços, em níveis recordes desde 2006.
"O impacto do furacão Francine - que foi bastante severo nos EUA na semana passada - o tempo muito quente e seco no Brasil - maior exportador gloabl da pluma atualmente - e mais e a fraqueza do dólar foram a combinação perfeita para o suporte dos preços", afirmou Walter Kunisch, a estrategista de mercado de commodities senior da Hilltop Securities Inc à Bloomberg.
Além disso, os modelos climáticos indicam que uma nova tempestade possa colocar em risco a produção nos estados da Carolina do Norte e da Carolina do Sul, informação que também ganhou espaço no radar dos traders e que foi combustível para as altas fortes desta primeira sessão da semana.
Em seu último boletim mensal de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu suas estimativas para a produção norte-americana e global de algodão, revisando a produtividade dos EUA para os menores patamares desde 2015. A safra mundial menor teve impacto negativo de colheitas menores sendo esperadas também do Paquistão e da Índia, além dos Estados Unidos.
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