Dólar recua após dados de emprego dos EUA fomentarem apostas de corte grande de juros pelo Fed

Publicado em 06/09/2024 10:13 e atualizado em 06/09/2024 11:19

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Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, em linha com a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, à medida que investidores analisavam relatório de emprego de agosto dos Estados Unidos que fomentou expectativas de um corte grande de juros pelo Federal Reserve neste mês.

Às 9h43, o dólar à vista caía 0,57%, a 5,5407 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha variação negativa de 0,01%, a 5,586 reais na venda

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,19%, cotado a 5,5726 reais.

Nesta manhã, os mercados globais voltavam todas as suas atenções para o relatório de criação de empregos fora do setor agrícola nos EUA, em busca de mais indícios sobre o estado do mercado de trabalho do país e sinais sobre os próximos passos do Fed em seu ciclo iminente de afrouxamento monetário.

Os números do Departamento de Trabalho mostraram que os empregadores norte-americanos criaram 142.000 postos de trabalho fora do setor agrícola em agosto, abaixo do esperado, ante 89.000 vagas criadas no mês anterior.

Analistas consultados pela Reuters projetavam a abertura de 160.000 empregos em agosto, ante a criação de 114.000 vagas relatadas anteriormente para julho.

A taxa de desemprego recuou para 4,2% no mês passado, de 4,3% em julho, em linha com o esperado.

O resultado se soma a dados fracos sobre o setor privado divulgados na véspera. O relatório da ADP de agosto havia mostrado a criação de 99,000 vagas de trabalho por empregadores privados, abaixo dos 145.000 esperados, fomentando temores de uma desaceleração mais forte na maior economia do mundo.

Com isso, operadores elevavam suas apostas em um corte agressivo de juros pelo Fed em seu encontro de 17 e 18 de setembro, com 55% chances de uma redução de 50 pontos-base na taxa, de 43% antes dos dados e 30% há uma semana.

No mês passado, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que "chegou a hora" de ajustar a política monetária do banco central dos EUA, acrescentando que as autoridades desejavam evitar um enfraquecimento adicional do mercado de trabalho.

Após os dados, os rendimentos dos Treasuries recuavam, tornando o dólar menos atrativo para investimentos, o que fortalecia seus pares fortes e emergentes.

O rendimento do Treasury de dois anos--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha queda de 9 pontos-base, a 3,665%.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,25%, a 100,790.

A moeda norte-americana recuava ante o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

No cenário nacional, a queda do dólar ainda era impulsionada pela perspectiva de que, na contramão do Fed, o Banco Central deve elevar a Selic na reunião deste mês, em meio à desancoragem das expectativas de inflação em um cenário de atividade econômica aquecida e de um mercado de trabalho apertado.

"A economia norte-americana cortando os juros e no Brasil subindo, o real deve ter uma atratividade um pouco maior justamente para aqueles investidores que são menos sensíveis aos ativos de risco ou principalmente das economias emergentes e que preveem um retorno maior sobre as taxas de juros", disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.

Operadores colocavam uma probabilidade de 97% de o Copom elevar a taxa de juros, agora em 10,50% ano, em 25 pontos-base em sua reunião de 17 e 18 de setembro.

Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, melhor para o real, que se torna mais atrativo para investimentos estrangeiros.

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Fonte:
Reuters

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