Dólar sobe pelo 4º dia, para acima de R$5,60, em sintonia com exterior
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista emplacou nesta quinta-feira a quarta sessão consecutiva de alta no Brasil, encerrando novamente acima dos 5,60 reais, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior.
O movimento ocorreu após dados da economia dos EUA sugerirem que o Federal Reserve aplicará um corte de 25 pontos-base nos juros em setembro, e não de 50 pontos-base.
O dólar à vista fechou em alta de 1,19%, cotado a 5,6227 reais. Nos últimos quatro dias a divisa acumulou elevação de 2,61%. Em agosto, porém, ainda contabiliza baixa de 0,59%.
Às 17h18, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,11%, a 5,6270 reais na venda.
A moeda norte-americana subiu ante o real durante praticamente todo o dia, dando continuidade ao movimento mais recente e com as cotações refletindo também o avanço da divisa dos EUA no exterior.
Pela manhã, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país subiu a uma taxa anualizada de 3,0% no segundo trimestre, conforme a segunda estimativa para o indicador. O resultado representa uma revisão para cima ante a taxa de 2,8% registrada no mês passado. Economistas consultados pela Reuters não esperavam revisão.
Além disso, o Departamento do Trabalho norte-americano informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram 2.000, para 231.000, com ajuste sazonal, na semana encerrada em 24 de agosto. Economistas consultados pela Reuters previam 232.000 pedidos.
Os dois dados - PIB e auxílio-desemprego - apontaram para uma economia ainda aquecida, o que deu força aos rendimentos dos Treasuries, com investidores reduzindo as apostas de corte de 50 pontos-base dos juros nos EUA em setembro. O dólar acompanhou, sustentando altas ante as moedas fortes e em relação a boa parte das divisas de emergentes.
“Os dados dos EUA induziram a ideia de que o primeiro corte de juros do Fed será de 25 pontos-base, e não de 50. Então o investidor estrangeiro também compra dólar e volta para os EUA”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
“A diferença aqui é que quando o dólar cai, ele cai mais do que em outras praças. Quando sobe, ele também sobe mais”, acrescentou.
De fato, o real liderava as perdas ante o dólar nesta quinta-feira, considerando as moedas com negociações globais.
Operador ouvido pela Reuters pontuou ainda que a disputa pela definição da Ptax de fim de mês, que ocorre na sexta-feira, já influenciava os negócios nesta quinta-feira, com os investidores comprados impulsionando as cotações.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, investidores comprados (posicionados na alta do dólar) e vendidos (posicionados na queda) tentam direcionar as cotações de acordo com seus interesses.
Neste cenário, após registrar a cotação mínima de 5,5548 reais (-0,03%) às 9h, na abertura da sessão, o dólar à vista atingiu a máxima de 5,6636 reais (+1,93%) às 11h32. Durante a tarde a divisa reduziu os ganhos.
No exterior, o dólar seguia em alta firme ante as moedas fortes no fim da tarde. Às 17h14, o índice do dólar - que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas - subia 0,36%, a 101,370.
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