Milho/Cepea: Com 20 anos de história, Indicador do milho atinge a marca de 5 mil divulgações
Nesta quarta-feira, 28, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, completa cinco mil dias úteis de divulgação ininterrupta do Indicador de preços do milho ESALQ/BM&FBovespa.
O levantamento de dados do mercado de milho por parte do Cepea tem início na década de 90, mas foi em agosto de 2004 que o Centro de Pesquisas começou a publicar em seu site os preços médios diários do cereal, em parceria com a atual B3 (Brasil Bolsa Balcão). São, portanto, 20 anos de divulgação de informação fidedigna que dá suporte a todos os agentes dessa cadeia produtiva.
Atualmente, o Cepea levanta informações e preços (nos mercados de lotes/disponível e balcão – ao produtor) em pouco mais de 80 praças espalhadas em 13 estados do Brasil. Passadas duas décadas, fica evidente que agentes atuantes no mercado – que, ressalta-se, desde o começo se predispuseram a fornecer dados ao Cepea – reconhecem a importância para eles próprios da informação elaborada com base em métodos cientificamente recomendados.
INDICADOR DO MILHO – Em janeiro de 2006, tendo a média regional de Campinas (SP) como referência, o Cepea e a B3 – a então BM&F – lançam para a sociedade o “Indicador de preços do milho ESALQ/BM&FBovespa”.
Em 16 setembro de 2008, a Bolsa lança o contrato futuro de milho que, até atualmente, tem a liquidação financeira realizada pelo Indicador ESALQ/BM&FBovespa. As negociações do contrato futuro do cereal começaram oficialmente no dia 19 de setembro de 2008, envolvendo o vencimento março de 2009. De lá para cá, o avanço no número de contratos futuros de milho negociados foi significativo, sendo, nos dias atuais, a commodity agrícola com maior liquidez na Bolsa.
O Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa, que pode ser acessado em www.cepea.esalq.usp.br, corresponde a uma média aritmética dos preços à vista, sem ICMS, coletados em diferentes regiões do Brasil para o produto posto na microrregião de Campinas (SP), a qual é composta por um conjunto de 162 municípios. Portanto, são consideradas informações de negócios ou ofertas de compra e venda para o produto diferido, de dentro do estado de São Paulo, ou originado de outros estados (sem ICMS), reportados pelos agentes colaboradores categorizados como produtores, cooperativas, indústrias e produtores de aves e suínos, indústrias de alimentos, indústrias de ração, cerealistas, trading companies e intermediários que participam das transações entre as partes.
Neste período de evolução do contrato futuro e uso do Indicador, vale destacar o avanço da cadeia produtiva do milho. No campo, os sistemas de produção foram ajustados e a segunda safra do cereal passou a representar mais de 3/4 da produção anual. Do lado da demanda, foram expressivos os crescimentos observados no consumo dos segmentos animais, especialmente, mas deve-se destacar o saldo em consumo advindo da indústria produtora de etanol de milho, que vem dando sustentação aos preços nas regiões do Centro-Oeste. Do ponto de vista das transações, o Brasil chegou a ser o maior exportador mundial de milho, passando, inclusive, a exportar para a China em anos recentes. Enquanto isso, a região de Campinas – e o Indicador, em especial – se consolidou como referência na transmissão de preços para outras praças do País.
Certamente, esse ambiente implica em um processo de melhoria contínua. Ao longo do tempo, foram feitos ajustes na composição de municípios para a microrregião, avaliações frequentes de agentes colaboradores, com inserções de novos players, e ajustes em processos estatísticos de geração das médias de preços. Um novo ajuste está sendo avaliado pelo Cepea e B3, em fase de validação por agentes de mercado.
ARTIGOS CIENTÍFICOS – Vale destacar que a equipe do Cepea estuda diariamente as condições de mercado, gerando também artigos científicos, em benefício para a sociedade como um todo. Podem ser destacados os seguintes trabalhos:
ALVES, L. R. A. et al. Estrutura de mercado e formação de preços na cadeia produtiva de milho. In: ALVES, L. R. A.; BACHA, C. J. C. (Eds.). Panorama da agricultura brasileira: estrutura de mercado, comercialização, formação de preços, custos de produção e sistemas produtivos. 1. ed. Campinas: Alínea, 2018. p. 133–176.
SANCHES, A. L. R. et al. Os impactos dos preços do milho ao longo das cadeias consumidoras. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 62, n. 3, p. e274483, 23 fev. 2024.
SANCHES, A. L. R.; ALVES, L. R. A.; BARROS, G. S. C. Oferta e demanda mensal de milho no Brasil: impactos da segunda safra. Revista de Política Agrícola, v. 27, n. 4, p. 73–97, 2018.
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