Dólar cai pela 5ª sessão, para baixo de R$5,50, em novo dia de ajustes

Publicado em 12/08/2024 17:26 e atualizado em 12/08/2024 18:20

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista completou nesta segunda-feira a quinta sessão consecutiva de queda, encerrando o dia abaixo dos 5,50 reais, dando continuidade ao movimento mais recente de ajustes do câmbio brasileiro após as cotações do mercado à vista terem superado 5,86 reais há uma semana.

O movimento ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar estar se valorizando ante divisas pares do real, como o peso mexicano e o peso chileno.

A moeda norte-americana à vista fechou o dia em queda de 0,30%, cotada a 5,4984 reais. Esta é a menor cotação de fechamento desde 17 de julho, quando encerrou em 5,4850 reais. Nos últimos cinco dias úteis, o dólar acumulou baixa de 4,23%.

Às 17h22, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a 5,5135 reais na venda.

O dólar cedeu ante o real na maior parte do dia, com o mercado dando continuidade ao movimento mais recente de ajustes.

“O real começou o dia descolando de outras moedas, engatando a quinta elevação diária consecutiva. Este movimento é de ajuste, após um forte processo especulativo em torno da divisa brasileira”, afirmou no início da tarde André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em comentário enviado a clientes. “Isso explica o processo sólido de valorização. Há um processo de correção e ajuste”, acrescentou.

Este processo de ajuste passa pela percepção de que os EUA não estão na iminência de uma recessão e pela maior acomodação do iene nos mercados globais. Além disso, existe a expectativa de que, com o início dos cortes dos juros norte-americanos em setembro, o diferencial de taxas será ainda mais favorável para atração de investimentos pelo Brasil.

Neste cenário, o dólar à vista registrou a cotação mínima de 5,4728 reais (-0,77%) às 10h15, chegando a marcar uma máxima de 5,5241 reais (+0,16%) às 12h46.

O viés de baixa para a moeda, no entanto, predominou e o dólar retornou ao território negativo durante a tarde.

Em evento em São Paulo no meio da tarde, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que não há um problema de liquidez no mercado de câmbio à vista brasileiro e que a instituição também avaliou que não seria correto fazer uma atuação extraordinária no mercado de derivativos nos momentos de pico do dólar.

Durante participação no 2º Warren Day, evento promovido pela Warren Rena em São Paulo, Galípolo reforçou que o BC vai intervir no mercado de câmbio em caso de disfuncionalidade, o que não deve ser interpretado pelo mercado como sinalização de que "o BC não vai intervir".

"No mercado à vista de câmbio não temos um problema de liquidez", avaliou Galípolo, acrescentando que o BC "acompanha muito de perto" o mercado.

"Mas neste momento entendemos que seria o correto não fazer atuação extraordinária", acrescentou, em referência a possível atuação por meio de swaps cambiais.

No exterior, a expectativa girava em torno da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, na próxima quarta-feira. Enquanto o dólar oscilava em leve baixa ante uma cesta de divisas fortes, ele se mantinha em alta ante outras moedas emergentes.

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Fonte:
Reuters

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