Ibovespa avança com bancos, mas Vale e Petrobras pesam; Vamos desaba após balanço

Publicado em 06/08/2024 11:11 e atualizado em 06/08/2024 13:42

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha uma alta discreta nesta terça-feira, apoiada principalmente no desempenho de bancos, com destaque mais uma vez para as ações do Bradesco, enquanto Vamos capitaneava as perdas após resultado trimestral.

Investidores também continuam acompanhando o cenário externo, com Wall Street buscando uma trégua na pressão vendedora dos últimos pregões, enquanto, no Brasil, o Banco Central reforçou compromisso no controle da inflação.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,18%, a 125.500,03 pontos, enfraquecido pelo declínio das blue chips Vale e Petrobras. O volume financeiro somava 4,43 bilhões de reais.

Em Nova York, o S&P 500 tinha alta de 0,81%, após três quedas seguidas, período em que acumulou uma perda de 6%, sendo que apenas na véspera caiu 3%, em meio a receios sobre o ritmo da economia norte-americana.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC afirmou na ata de sua última decisão de juros que não hesitará em elevar a taxa Selic para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.

De acordo com a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú chefiada pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita, a ata mostrou um comitê que está pronto para subir juros caso a moeda permaneça onde está.

"Como acreditamos que o real se fortalecerá nas próximas semanas, à medida que os mercados globais se acalmarem, mantemos, por enquanto, a previsão de que a Selic permanecerá em 10,50% ao ano", afirmou em relatório a clientes.

"Se o câmbio não reagir, um ciclo de alta, começando em setembro, será inevitável", acrescentou.

Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil WM, Gino Olivares, a ata reforçou a mensagem mais dura do comunicado que acompanhou a decisão do BC na semana passada e mostra um Copom coeso e comprometido com o objetivo de levar a inflação à meta.

"Num cenário que, por diversos fatores, está ficando cada vez mais incerto, agora temos uma incerteza a menos", pontuou.

 

DESTAQUES

- BRADESCO PN valorizava-se 3,09%, ainda embalado pela repercussão positiva do resultado trimestral conhecido na véspera, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,27% antes da divulgação do balanço do segundo trimestre após o fechamento do mercado nesta terça-feira. Ainda no setor, BTG PACTUAL avançava 2,23%, enquanto BANCO DO BRASIL ON, que reporta resultado na quarta-feira, ganhava 0,8%.

- VALE ON recuava 0,86%, em meio ao declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em queda de 1,4%. Em Cingapura, o vencimento de referência cedia 0,11%. O Itaú BBA reiterou recomendação "outperform" para as ações da mineradora, mas cortou o preço-alvo dos ADRs (que são negociados em Nova York) de 14 para 13 dólares.

- PETROBRAS PN cedia 0,64%, em dia de variação modesta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent negociado com acréscimo de 0,18%. Investidores também estão na expectativa da divulgação do balanço da petrolífera na quinta-feira, após o fechamento do mercado, e, principalmente, decisão envolvendo os dividendos da estatal.

- VAMOS ON caía 7,8%, após a companhia de aluguel e gestão de frotas de veículos pesados reportar lucro líquido ajustado de 205,5 milhões de reais no segundo trimestre, quase o dobro dos 107 milhões de um ano antes, mas abaixo do esperado.

- GPA ON recuava 5,86%, revertendo a alta da abertura e após disparar quase 15% na véspera. O varejista divulga após o fechamento seus números do segundo trimestre. Investidores também continuam especulando sobre o destino da participação do francês Casino no dono da bandeira Pão de Açúcar, após o grupo declarar que não se trata mais de um ativo estratégico.

- MAGAZINE LUIZA ON perdia 4,42%, tendo de pano de fundo relatório de analistas do UBS BB cortando o preço-alvo dos papéis de 23 para 14 reais, enquanto reiteraram a recomendação "neutra". Os analistas reduziram estimativas para a receita líquida em 1% a 5% a partir de 2025, citando que, apesar de um cenário mais favorável para as lojas físicas, a intensa concorrência no e-commerce deve pesar no crescimento da receita.

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Fonte:
Reuters

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