Setor de máquinas e equipamentos deve manter tendência de recuperação no 3º tri, diz Abimaq
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O faturamento do setor de máquinas e equipamentos deve manter a tendência de recuperação observada no segundo trimestre deste ano ao longo dos meses de julho a setembro, afirmou nesta quarta-feira a associação do setor, Abimaq, embora a perspectiva ainda seja de queda sobre os níveis registrados em 2023.
Dados divulgados pela entidade mostraram que a receita líquida total da indústria recuou 9,6% em junho na comparação com o mesmo período do ano passado, mas subiu 10,4% ante o mês anterior, para 23,16 bilhões de reais, enquanto a receita doméstica caiu 10,8% ano a ano, mas cresceu 16,9% versus maio, para 18,19 bilhões de reais.
"Ainda que nas comparações interanuais prevalecessem o desempenho inferior ao do ano de 2023, o segundo trimestre de 2024 foi marcado por clara tendência de recuperação", afirmou a Abimaq em apresentação.
Isso contribuiu para a redução da queda observada no ano de 21,5% no final do primeiro trimestre para recuo de 16,4% no fechamento do semestre, de acordo com a associação, na comparação com os respectivos períodos de 2023.
Segundo a diretora-executiva de Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, a tendência é que esse movimento de recuperação se mantenha nos próximos meses, reduzindo o declínio acumulado no ano.
"Quando a gente observa historicamente os dados de desempenho da indústria de máquinas, o segundo e o terceiro trimestres são trimestres relativamente mais fortes que o primeiro e o último", afirmou Zanella a jornalistas.
"Esses números estão se confirmando neste ano", acrescentou a executiva, ressaltando que a taxa de recuperação este ano tem sido superior a observada no ano passado, reforçando a expectativa da entidade por uma melhora até o final do ano.
Mas essa melhora não deve ser suficiente para reverter a queda do setor em 2024, segundo ela.
Zanella também destacou que, com os resultados de maio e junho disponíveis, foi possível perceber um impacto reduzido das perdas causadas pela tragédia no Rio Grande do Sul no setor como um todo.
"A gente até estimava que fosse um impacto negativo mais brusco, dado o tamanho da região, o tamanho do número de empresas do setor que estão nessa região, mas de fato isso não aconteceu."
Em junho, o consumo aparente de máquinas e equipamentos foi de 31,2 bilhões de reais, queda de 2,7% sobre um ano antes e alta de 6,6% mês a mês, segundo os dados da entidade.
Já as importações da indústria subiram 3,1% na base anual, a 2,3 bilhões de dólares, enquanto as exportações recuaram 11,6% na mesma comparação, para 922 milhões de dólares.
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