Vendas de diesel no Brasil batem recorde no 1º semestre; gasolina recua
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) -As vendas de óleo diesel por distribuidoras no Brasil cresceram 4,2% no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2023, para um recorde de 5,66 bilhões de litros, mostraram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira.
O avanço refletiu principalmente "o bom desempenho da exportação de bens e produtos pelo Brasil, que no mesmo período registrou crescimento de 6,9%", apontou o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro, destacando a performance das indústrias de transformação, agropecuária e extrativista.
O avanço das vendas ao exterior impulsiona a comercialização de diesel, por garantir um aumento da demanda por fretes rodoviários e ferroviários para o transporte desses bens dos centros produtivos aos terminais de exportação.
"Para o segundo semestre, a tendência se mantém de uma demanda aquecida", disse Cordeiro, pontuando que o terceiro trimestre do ano é sazonalmente marcado pelo aumento do consumo do combustível, impulsionado pelo crescimento das importações de fertilizantes, ampliando o uso de caminhões e trens para o envio desses insumos aos campos agrícolas.
Em junho, as vendas de óleo diesel pelas distribuidoras subiram 3,77% ante o mesmo mês do ano anterior e subiram 0,3% na comparação com maio, segundo os dados da ANP.
"As vendas no Rio Grande do Sul mostraram plena recuperação no mês posterior às enchentes que ocorreram no Estado, marcando um aumento de 11,8% em relação a maio de 2024 e de 4% no comparativo com junho de 2023", disse Cordeiro.
GASOLINA X ETANOL
As vendas de gasolina por distribuidoras no Brasil recuaram 7,4% na primeira metade do ano na comparação com o mesmo período de 2023, a 21,4 bilhões de litros, diante de uma menor competitividade do combustível fóssil frente o etanol, segundo a StoneX.
"O segundo semestre costuma registrar um aumento da demanda por combustíveis leves, o que pode amenizar a queda (da gasolina) verificada no primeiro período apoiada também pela menor competitividade do etanol, especialmente no quarto trimestre", disse a analista de Inteligência de Mercado da consultoria Isabela Garcia.
Já as vendas de etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, cresceram 50,3% no primeiro semestre ante o mesmo período do ano passado, a 10,4 bilhões de litros.
Em junho, as vendas de gasolina C caíram 8,6% ante o mesmo mês de 2023, para 3,51 bilhões de litros, enquanto as de etanol hidratado subiram 38,2% no mesmo período, para 1,62 bilhões de litros, segundo a ANP.
No Rio Grande do Sul, as vendas de gasolina C se recuperaram em junho em relação a maio de 2024, mas ficaram 2,5% abaixo dos valores de junho de 2023, refletindo uma menor demanda por combustíveis leves em geral (mesmo com o avanço das vendas de etanol hidratado), que pode ser associada aos impactos remanescentes das enchentes no estado em maio, completou Garcia.
(Por Marta Nogueira; edição de Roberto SAmora)
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