Especialista afirma que irrigação em pomares de pecan garante qualidade e produtividade
A irrigação como chave de sucesso na produção de noz-pecã foi tema de mais uma edição da live “Segredos da Pecan”, realizada nesta terça-feira, dia 30 de julho. O programa é promovido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan) em seu canal de YouTube, com apresentação do associado Lailor Garcia. O palestrante do programa foi o professor doutor Ezequiel Saretta da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus de Cachoeira do Sul (RS). Ao iniciar a live, Garcia destacou que a irrigação é um dos manejos mais importantes para quem quer produzir pecan com qualidade.
Em sua palestra, Saretta afirmou que colocar um sistema de irrigação nos pomares é garantir a safra, evitando frustrações futuras. Destacou que independentemente do tipo de irrigação, o produtor deve enxergar como relevante fornecer água para a planta. “Envolve todo um planejamento e controle no campo depois do sistema instalado. Não existe um sistema ideal, vai depender dos fatores presentes em cada propriedade. A irrigação é feita de forma personalizada para as áreas”, explicou o professor.
Saretta sinalizou que o produtor precisa definir o objetivo do pomar, se é paisagismo ou produção e, neste último caso, necessita de investimento, de um plano de negócio. Salientou que nas pesquisas realizadas em países grandes produtores de pecan, como os Estados Unidos, a busca é saber o quanto de água deve ser aplicado nas plantas. “Já aqui no Brasil, estamos em um nível de buscar respostas”, observou, citando algumas dúvidas que são frequentes entre os produtores, como, por exemplo, se é necessário irrigar no início da produção.
De acordo com o professor, é muito importante irrigar a planta desde o primeiro instante do plantio e depois em todas as suas fases, não distinguindo se é grande ou pequena. “Um pomar jovem precisa pegar 100%, ou seja, ser todo produtivo. Não posso me dar o luxo de perder área do pomar por falta de água”, destacou, informando que pesquisa realizada no Brasil em 2021 mostrou que plantas jovens irrigadas respondem muito bem em termos de aumento de circunferência do tronco.
Pomares em produção também precisam ser irrigados, pontuou Ezequiel Saretta, enfatizando que “tudo depende da água: a adubação, a produção e as safras subsequentes”. “Se o pomar tem água suficiente desde o seu início, isso vai ajudar a diminuir a alternância de produção ao longo dos anos. Portanto, tem que pensar muito bem o projeto de irrigação a ser instalado, não esquecendo do manejo”, alertou, trazendo como case de sucesso a propriedade Quinta da Sete, em Cachoeira do Sul (RS), de Lailor Garcia.
O palestrante também citou alguns desafios. Para os pomares em formação, falou sobre a alternância de produção e problemas com El Niño e La Niña. Segundo ele, um sistema de irrigação mesmo em um ano de El Niño vai garantir a produção. Saretta finalizou reforçando que a nogueira responde à irrigação e que o produtor precisa buscar suporte técnico, investir em reservatórios, automação, manejo e ter cuidado com algumas informações na internet.
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