Prêmios da soja 23/24 no Brasil testam novos recordes, refletem bom ritmo das exportações e contribuem para suporte dos preços
"Batemos mais um recorde de prêmios nesta semana. Para setembro, base Paranaguá, o prêmio bateu 125 pontos positivo, o maior patamar já registrado para a safra 2023/24", relatou o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio, do Notícias Agrícolas, nesta quinta-feira (25). Além da safra atual, a próxima também já registra indicadores positivos, com valores que variam de 5 a 25 pontos acima dos valores da soja praticados na Bolsa de Chicago, "mostrando que a compradora não sai do Brasil, continuamos a ser a principal fonte fornecedora da oleaginosa com destino à Ásia e há um apetite grande destes compradores que vem criando esta necessidade do comprador interno no Brasil empilhar prêmios positivos para tirar a soja da mão de quem tem".
Pereira afirma que há, neste momento, uma escassez de produto disponível e alguma dificuldade de originação para 2025, o que justifica este movimento dos prêmios que já tem se dados há algumas semanas. As exportações brasileiras também permanecem fortes, com mais de 82 milhões de toneladas já embarcadas no acumulado de 2024, volume que é maior do que no mesmo período do ano passado. E a China continua como o principal destino da oleaginosa nacional.
"A recuperação dos prêmios que, na visão da Pátria, vai continuar é o sinal nítido de que há uma demanda agressiva e uma escassez de oferta. Caso contrário, não teríamos a necessidade da base originadora pagar mais pelo produto como tem acontecido", diz.
O dólar alto frente ao real, acima dos R$ 5,60, também tem sido um pilar importante de sustentação para os preços da soja no mercado brasileiro, o que leva - ao lado dos prêmios - a preços nos portos voltando a superar os R$ 140,00 por saca para o produto do atual ano comercial. Nesta manhã de quinta-feira, em Paranaguá, os indicativos variavam de R$ 143,50 a R$ 144,50; Santos com R$ 145,50 a R$ 146,50.
O analista explica ainda que no interior do Brasil há também uma sustentação importante para os preços da soja, bem como uma regionalização do mercado. Ele usou o exemplo de Rondonópolis, em Mato Grosso, onde os valores estão mais altos do que em outras cidades do estado, já que o município sofreu bastante com a seca desta temporada, com uma oscilação de até R$ 7,00 dentro do maior estado produtor de soja do país.
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