Após sequência de anos com problemas climáticos, produtores rurais no RS acumulam dívidas e seguem sem resolução
Na edição da última segunda-feira (22), o Conexão Campo Cidade destacou as condições do produtor rural do Rio Grande do Sul, que vem de uma sequência de anos com problemas climáticos, tanto por conta da falta de chuvas quanto pelo excesso e agora pedem por medidas do Governo Federal para que possam cumprir com suas dívidas.
Para falar sobre esse assunto, o Conexão Campo Cidade recebeu Lucas Scheffer, produtor do município de Cacequi-RS. Ele reforçou que as dificuldade para os produtores do Rio Grande do Sul não decorreram apenas por conta das enchentes em maio deste ano, mas é uma situação que vem de quatro dos últimos cinco com problemas climáticos, sendo os úlitmos dois de estiagem muito prolongada.
”Meu interesse hoje não é acessar novos créditos, é saber como vou pagar essa conta que vem de três anos. São dois anos de seca e neste ano perdi 70% da soja que eu tinha para colher”, disse o produtor. Ele afirmou que, sem uma carência prolongada para o produtor conseguir colocar suas contas em dia e o dinheiro em caixa, não sabe o que será da agricultura no Rio Grande do Sul: “A situação hoje é desesperadora”.
Neste ano, ele contou que em uma única semana choveu mil milímetros, mas com a área onde está a propriedade é alta, não houve inundação. Mesmo assim, o volume excessivo durante o período da colheita fez com que ele perdesse a maior parte da soja.
“Eu não tive enchente na minha lavoura, se olhar por imagem de satélite, você não vai ver água na minha lavoura. Mas em plena colheita foram 45 dias de umidade. Eu consegui colocar máquina apenas em 5 dias de 50. Tenho lavoura que passei a máquina com 80% de soja ardida. Essa é minha realidade hoje, a gente não sabe o que fazer”.
O economista Antônio da Luz, também do Rioo Grande do Sul, questinou como será possível produzir no estado, após dois anos de estiagem e um ano de excesso de chuvas. Ele reforçou que O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de grãos, atrás apenas de Mato Grosso e lado a lado com o Paraná, o que pode trazer impacto elevado para o país.
“Repito que são dois anos de estiagens, lá em Brasília parace que tem gente que não entendeu ainda. Tem lavouras que passaram longe das enchentes, mas receberam 500 milímetros de chuvas durante a colheita e perderam a produção”, declarou.
Ele ressaltou que essa situação tem gerado um passivo muito grande e levado milhares de produtores às ruas, para protestarem de forma pacífica, ordeira, democrática e exemplar. “Na última sexta-feira (19) foram mais de 10 mil produtores em Rio Pardo, que aguardam uma linha de crédito de 15 anos para acessar agora para conseguir pagar as dívidas todas e ficar apenas com um passivo. Está havendo uma dificuldade do Governo entender aquilo que o manual do crédito propõe”, frisou o economista.
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