Kamala garante apoio de Nancy Pelosi para sua candidatura à Casa Branca

Publicado em 22/07/2024 15:44 e atualizado em 22/07/2024 16:58

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Por Trevor Hunnicutt e Nandita Bose e Jeff Mason

WASHINGTON (Reuters) - A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, ganhou o apoio de uma das democratas mais antigas e conhecidas dos Estados Unidos nesta segunda-feira -- Nancy Pelosi -- a sua candidatura para suceder o presidente norte-americano, Joe Biden, que no domingo encerrou sua campanha à reeleição.

Pelosi, que continua influente desde que deixou o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, desempenhou um papel de liderança em persuadir Biden, de 81 anos, a desistir de sua candidatura à reeleição em meio a preocupações sobre sua acuidade e capacidade de vencer o republicano Donald Trump ou de servir por mais quatro anos.

"Com amor e gratidão, saúdo o presidente Biden por sempre acreditar nas possibilidades da América e dar às pessoas a oportunidade de alcançar sua realização", disse Pelosi, de 84 anos, em um comunicado. "Precisamos nos unir e avançar para derrotar Donald Trump de forma retumbante e eleger Kamala Harris com entusiasmo como a próxima presidente dos Estados Unidos."

Praticamente todos os democratas proeminentes que eram vistos como possíveis adversários de Kamala a apoiaram, incluindo os governadores Gretchen Whitmer de Michigan, Gavin Newsom, da Califórnia, e Andy Beshear, de Kentucky.

A saída de Biden foi o mais recente choque em uma disputa pela Casa Branca que incluiu o quase assassinato do ex-presidente Trump por um homem armado durante um comício e a nomeação de um linha-dura como companheiro de chapa de Trump, o senador J.D. Vance.

Kamala, de 59 anos, elogiou Biden por seu serviço ao país nesta segunda-feira, em sua primeira aparição pública desde que ele abandonou abruptamente sua candidatura à reeleição e a endossou para disputar sua sucessão.

"O legado de Joe Biden nos últimos três anos é inigualável na história moderna", disse Kamala em um evento na Casa Branca para homenagear atletas universitários. "Todos os dias, nosso presidente Joe Biden luta pelo povo americano e somos profundamente, profundamente gratos por seu serviço à nossa nação."

Kamala não se referiu especificamente ao seu novo status como a principal candidata democrata à Presidência.

Integrantes da campanha e aliados já fizeram centenas de ligações em nome de Kamala, pedindo aos delegados da convenção do Partido Democrata do próximo mês que se unam para indicá-la como candidata a presidente na eleição de 5 de novembro contra o republicano Donald Trump.

Kamala disse em um post no X que visitaria o que foi o quartel-general da campanha de Biden em Delaware -- agora a sede da campanha de Kamala -- na tarde desta segunda-feira. Ela disse que Biden, que testou positivo para Covid-19 na semana passada, estava se sentindo melhor.

NOVA GERAÇÃO

Kamala, que é negra e asiático-americana, criaria uma dinâmica totalmente nova com Trump, de 78 anos, oferecendo um vívido contraste geracional e cultural.

A campanha de Trump vem se preparando para sua possível ascensão há semanas, disseram fontes à Reuters. Nesta segunda-feira, a campanha enviou uma crítica detalhada de seu histórico sobre imigração e outras questões, acusando-a de ser mais progressista do que Biden.

O documento alega que Kamala favoreceu a abolição da agência de Imigração e Alfândega dos EUA e a descriminalização das travessias de fronteira, apoiou o chamado New Deal Verde, apoiou os mandatos de veículos elétricos do governo e incentivou os esforços de "desfinanciamento da polícia".

Algumas dessas posições foram adotadas por Kamala como candidata presidencial malsucedida na eleição de 2020, quando ela estava concorrendo com uma agenda mais progressista do que Biden, mas não foram as que o governo assumiu, principalmente no que diz respeito à segurança nas fronteiras e às questões de aplicação da lei.

Biden, a pessoa mais velha a ocupar o Salão Oval, disse que permanecerá na Presidência até o fim de seu mandato em 20 de janeiro de 2025.

Kamala passou o domingo trabalhando nos telefones, vestida com um moletom da Howard University e comendo pizza com anchovas enquanto conversava com o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, um possível companheiro de chapa como vice-presidente, com o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, e com o presidente da Bancada Negra do Congresso, o deputado Steven Horsford, segundo fontes.

Trump, cujas falsas alegações de que sua derrota em 2020 para Biden foi resultado de fraude inspiraram o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, questionou nesta segunda-feira o direito dos democratas de mudar de candidato.

"Eles roubaram a corrida de Biden depois que ele a venceu nas primárias", disse Trump em seu site Truth Social.

Apesar da demonstração inicial de apoio a Kamala, a conversa sobre uma convenção aberta quando os democratas se reunirem em Chicago de 19 a 22 de agosto não foi totalmente silenciada.

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Fonte:
Reuters

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