Dólar tem leve alta frente ao real antes de dados de inflação no Brasil e EUA
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha uma leve alta contra o real nas negociações desta segunda-feira, abrindo uma semana em que os investidores estarão atentos a dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos em busca de sinais sobre o futuro da política monetária dos dois países.
Às 9h44, o dólar à vista subia 0,28%, a 5,4780 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,33%, a 5,493 reais na venda.
A sessão desta segunda-feira antecede o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, comemorado em São Paulo, que manterá na terça-feira os negócios com moedas fechados no estado -- o que reduz a liquidez no câmbio, embora outras praças permaneçam abertas.
"Agenda (na semana) são os índices de preço ao consumidor aqui e nos EUA... que vão balizar expectativa de inflação e, por consequência, juros", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
"Falando do pregão de hoje, acho que estamos sem direção única lá fora", acrescentou.
Nesta semana, os mercados se voltarão para a divulgação de dados de inflação ao consumidor no Brasil e nos EUA, na espera de qualquer indicação sobre futuros cortes nas taxas de juros em meio a um processo global de desinflação.
No cenário doméstico, o IBGE divulgará na quarta-feira os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para junho, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de desaceleração para alta de 0,32%, ante avanço de 0,46% em maio.
Os números de preços têm se tornado cada vez mais observados pelos membros do Banco Central, à medida que cresce a desancoragem das expectativas de inflação para este ano e o próximo.
Economistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram novamente nesta segunda-feira sua expectativa para o IPCA ao final de 2024 e 2025. Neste ano, os analistas veem os preços fechando em 4,02%, ante 4,0% na semana anterior.
Em 2025, o IPCA agora é visto encerrando o ano em 3,88%, de 3,87% na semana passada.
Os investidores também devem se manter atentos às próximas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua equipe econômica sobre o compromisso do governo federal com o ajuste das contas públicas.
A preocupação do mercado nacional com o ajuste fiscal e críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem elevado a divisa norte-americana nas últimas semanas. O dólar chegou a atingir seu maior valor de fechamento desde janeiro de 2022 na terça-feira passada, a 5,6665 reais.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4627 reais na venda, em baixa de 0,43%.
No cenário externo, as atenções se voltam para a divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês) para junho na quinta-feira. A expectativa de analistas entrevistados pela Reuters é de ligeira alta de 0,1%, ante estabilidade em maio.
Os mercados globais procuram novos sinais sobre a possibilidade de um início de ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve.
Dados da semana passada, que reforçaram a percepção de um mercado de trabalho moderado nos EUA, elevaram as apostas de operadores para um corte de 25 pontos-base nos juros do Fed em setembro, agora em 69%, de 60% na semana anterior.
Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,11%, a 104,830.
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