Milho recua 4% em Chicago com USDA de 6ªfeira, despenca 9% na semana e 11% ao longo de junho
A sexta-feira (28) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 56,85 e R$ 66,71 após recuar até 2,2% neste pregão, acumulando
O vencimento julho/24 foi cotado à R$ 56,85 com queda de 1,73%, o setembro/24 valeu R$ 59,27 com desvalorização de 2,29%, o novembro/24 foi negociado por R$ 63,22 com baixa de 1,79% e o janeiro/25 teve valor de R$ 66,71 com perda de 1,68%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro, registraram quedas de 1,30% para o julho/24, de 2,03% para o setembro/24, de 1,98% para o novembro/24 e de 1,54% para o janeiro/25, em relação ao fechamento da última sexta-feira (21).
Com isso, ao longo do mês de junho, as cotações do milho na B3 acumularam desvalorizações de 2,34% para o julho/24, de 3,56% para o setembro/24, de 2,89% para o novembro/24 e de 3,18% para o janeiro/25, na comparação com o fechamento do dia 31 de maio.
O Consultor de Grãos e Projetos na Agrifatto, Stefan Podsclan, aponta que as cotações do milho na B3 abriram a sexta-feira em alta e se encaminhavam para fechar ganhos semanais apoiados nas recentes altas do dólar ante ao real, mas sentiram o peso negativo vindo de Chicago.
Ele explica que as cotações de Chicago são fator fundamental para definição da paridade de exportação, que também influencia nos preços internos no Brasil. Sendo assim, coma força negativa internacional suplantando a força positiva vinda do dólar, as cotações nacionais também sucumbiram neste final de semana, apesar de registrar perdas menores.
Podsclan ainda destaca que, preços menores e mais volume disponível de milho nos Estados Unidos, além de derrubar as cotações no Brasil, também prejudica a competitividade do cereal brasileiro no mercado de exportação, o que é mais um ponto negativo para o produtor nacional comercializar a segunda safra que está sendo colhida no país.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas na praça de Castro/PR, enquanto das desvalorizações apareceram em Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Sorriso/MT, Eldorado/MS, Machado/MG e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou queda nas cotações ao longo de junho. “Houve um aumento expressivo nas fixações de venda por parte dos produtores, que passaram o ofertar volumes do cereal da safra passada na tentativa de abrir espaços nos armazéns para recebimento da safrinha recentemente colhida”.
A consultoria aponta ainda que, “os consumidores atuaram com pouca força nas negociações em boa parte do mês, sinalizando tranquilidade em relação a estoques e esperando uma ampliação da disponibilidade de milho a preços mais baixos com o avanço da colheita”.
Os analistas da Safras Consultoria, acreditam que nas próximas semanas as atenções do mercado deverão estar centradas no clima para o desenvolvimento das lavouras de milho nos Estados Unidos, bem como no andamento das exportações daquele país. “No Brasil, os investidores seguirão atentos ao câmbio, uma vez que este poderá contribuir para uma maior competitividade do cereal do país no cenário exportador, caso o real siga perdendo força frente ao dólar”.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira terminou de maneira bastante negativa para os preços internacionais do milho futuro que recuaram quase 4% após os novos relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o que levou a perdas semanais de quase 9% e um recuo acumulado de quase 11% ao longo de junho.
O vencimento julho/24 foi cotado à US$ 3,97 com desvalorização 16,50 pontos, o setembro/24 valeu US$ 4,07 com baixa de 15,00 pontos, o dezembro/24 foi negociado por US$ 4,20 com perda de 13,00 pontos e o março/25 teve valor de US$ 4,34 com queda de 11,50 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (27) de 3,99% para o julho/24, de 3,55% para o setembro/24, de 3,00% para o dezembro/24 e de 2,58% para o março/25.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano, registraram perdas de 8,68% para o julho/24, de 7,49% para o setembro/24, de 7,17% para o dezembro/24 e de 6,30% para o março/25, em relação ao fechamento da última sexta-feira (21).
Com isso, ao longo do mês de junho, as cotações do milho em Chicago acumularam desvalorizações de 10,98% para o julho/24, de 10,24% para o setembro/24, de 9,90% para o dezembro/24 e de 9,33% para o março/25, na comparação com o fechamento do dia 31 de maio.
Stefan Podclan explica que em março, no relatório de intenção de plantio, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) havia projetado a área plantada com milho nos EUA em 36,4 milhões de hectares e agora elevou as lavouras efetivamente semeadas para 37,02 milhões de hectares, patamar apenas 1,3 milhão menor do que o da safra passada.
Da mesma maneira, os estoques que eram de 104,22 milhões de toneladas em 2023, agora foram projetados em 126,83 milhões de toneladas, aumentando em 22,6 milhões de toneladas a disponibilidade do grão no país.
Podclan destaca ainda que, desde 2023 o mercado vive um cenário de recomposição de oferta mundial de milho, após uma safra recorde do grão nos Estados Unidos e agora com mais uma temporada de alta produção norte-americana.
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