Taxas futuras de juros têm fortes altas em manhã de disparada do dólar e novas críticas de Lula ao BC

Publicado em 28/06/2024 10:53

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs têm fortes altas na manhã desta sexta-feira, superior a 10 pontos-base em vários vencimentos, dando continuidade ao movimento mais recente de aumento de prêmios na curva a termo em meio ao desconforto dos investidores com a área fiscal e com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Às 10h39, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 -- um dos mais líquidos -- estava em 11,865%, em alta de 15 pontos-base ante o ajuste anterior. No mesmo horário, o dólar à vista disparava 1,03%, aos 5,5648 reais, impulsionado pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês.

Mais cedo, Lula voltou a criticar o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. Em entrevista à rádio FM O Tempo, de Minas Gerais, ele afirmou que o atual patamar da taxa básica Selic, de 10,50% ao ano, é "irreal" diante de uma inflação que está controlada.

Lula também pontuou que Campos Neto foi indicado pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro, e disse que o presidente do BC "não está fazendo o que deveria ter feito corretamente".

Ao tratar do câmbio, cobrou providências do BC.

"Por que o dólar está subindo? Porque tem especulação com derivativos na perspectiva de valorizar o dólar e desvalorizar o real. E o Banco Central tem a obrigação de investigar isso", disse.

Na quinta-feira, durante entrevista coletiva em São Paulo, Campos Neto havia afirmado que pronunciamentos recentes feitos por Lula têm impactado negativamente os preços de mercado.

A alta das taxas dos DIs nesta sexta-feira ocorre na contramão do exterior, onde os rendimentos dos Treasuries cediam após a divulgação de dados de inflação dentro do esperado.

O Departamento do Comércio dos EUA informou que o índice de inflação PCE -- bastante observado pelo Federal Reserve -- ficou estável em maio, após ter subido 0,3% em abril. Nos 12 meses até maio o indicador subiu 2,6%, ante 2,7% nos 12 meses até abril

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Fonte:
Reuters

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