CNA realiza painéis do Campo Futuro em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul
Produtores rurais dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul participaram, nesta semana, dos levantamentos de custos de produção do projeto Campo Futuro. As produções analisadas foram borracha natural, eucalipto, mandioca, laranja, pecuária de leite e avicultura de corte.
Os encontros tiveram o apoio de sindicatos rurais municipais e das federações estaduais de agricultura, além de entidades de pesquisa. Os resultados alcançados a partir dos painéis auxiliam os produtores na tomada de decisões e no gerenciamento dos custos com a atividade.
Confira os destaques para cada cultura:
Borracha natural (São José do Rio Preto, Tupã – SP): Em São José do Rio Preto, foi realizado o painel de custos da borracha natural, onde a propriedade modal é de 30 hectares de produção. A mesma atividade foi levantada em Tupã, que definiu um modal de 20 hectares.
Em ambas as praças, as produtividades médias são de 2.000 quilos de coágulo por hectare ano e ciclo de produção de 35 anos. Em São José do Rio Preto, a extração começa no sétimo ano, enquanto em Tupã, tem início no oitavo.
Eucalipto (Botucatu – SP): O levantamento de custos da atividade de eucalipto ocorreu em Botucatu. Na região, a propriedade modal é de 30 hectares, com índice de matéria acumulada (IMA) de 45 m3/ha/ano e ciclo de produção de 7 anos, sem desbastes ao longo do tempo. A madeira é destinada à processo.
Mandioca (Paranavaí – PR): A produção de mandioca na região de Paranavaí é majoritariamente em área arrendada, com foco em variedades destinadas à indústria (IPR Paraguainha e IPR B36), sendo 100 hectares cultivados. O sistema de cultivo adotado é semimecanizado, sem irrigação. A prática de cultivo adotada é de um ciclo e meio.
A produtividade média indicada é de 35 toneladas por hectare e rendimento de 520 gramas de amido por quilograma de mandioca, rendimento inferior às médias históricas da região. A redução é observada frente às altas temperaturas e chuvas insuficientes em alguns períodos do ciclo.
Laranja (Paranavaí – PR): Durante o levantamento, a propriedade típica definida foi 100 hectares cultivados com laranja, em área própria, sistema de cultivo semimecanizado e não irrigado. Há predomínio de variedades Pêra Rio, Folha Murcha e Valência, e comercialização destinada à indústria (70%) e mercado (30%).
Para a safra que se inicia, há estimativa de produção de 600 caixas de 40,8 quilos por hectare, volume aquém à média da região conforme relatado pelos produtores (1.000 caixas por 40,8kg/ha). Dentre os fatores de impacto na queda de rendimento estão as altas temperaturas observadas em setembro de 2023, com consequente abortamento floral, atrelado a maior incidência de greening.
Aves de corte (Londrina – PR): O painel de avicultura de corte foi realizado em Londrina para o levantamento dos custos de produção da atividade no modelo de integração. A propriedade modal possui 2 galpões, com 16 metros x 150 metros, cada, e alojamento de 61 mil aves por lote, sendo 30,5 mil por galpão.
As despesas com o sistema de aquecimento foi o item de maior peso no Custo Operacional Efetivo (COE), com 23,7%, seguido pela mão de obra (19,8%), insumos para a cama (18,9%), e energia elétrica (15,1%).
Pecuária de leite (Camapuã – MS): Conforme levantamento, a propriedade modal da região de Camapuã produz cerca de 115 litros de leite ao dia, utilizando animais meio sangue girolando/nelore. A propriedade tem área total de 128 hectares e a produção é realizada exclusivamente em pastagens, sem a suplementação com ração concentrada.
A receita obtida com o leite permitiu remunerar apenas os desembolsos da atividade, uma vez que a capacidade produtiva limitada acaba dificultando a diluição dos custos com depreciação e pró-labore do produtor em um volume maior de leite. Com isso, verifica-se sua sustentabilidade apenas no curto prazo, demandando ajustes para possibilitar a composição de caixa para a renovação da infraestrutura produtiva no médio e longo prazos.
Entretanto, a margem bruta por hectare da atividade leiteira foi 56% superior à alternativa de uso da terra, que seria o arrendamento para gado de corte, demonstrando a competitividade da atividade da região.
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