Dólar recua frente ao real em linha com apetite por risco no exterior
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava frente ao real nas negociações desta terça-feira, em linha com uma melhora no apetite por risco em mercados emergentes, à medida que os investidores aguardam a divulgação de importantes dados de inflação das principais economias do mundo ao longo da semana.
Às 9h54 (de Brasília), o dólar à vista caía 0,64%, a 5,1388 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,58%, a 5,144 reais na venda.
"O dólar está se desvalorizando frente às moedas lá fora. O contexto externo é de melhora no apetite por risco", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos.
"O real está indo na esteira desse movimento", acrescentou.
Nesta manhã, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,17%, a 104,380.
A divisa norte-americana também recuava ante moedas de países emergentes, caindo 0,73% frente ao peso chileno e 0,3% ante o rand sul-africano.
O dólar australiano, um importante medidor do apetite por risco, acumulava ganhos frente ao dólar, em alta de 0,29% no dia.
Os investidores estão à espera de importantes dados de inflação que serão divulgados ao longo da semana e que podem sinalizar a perspectiva para as taxas de juros nas principais economias do mundo nos próximos meses.
O foco está sobre o índice PCE dos Estados Unidos e sobre os índices de preços ao consumidor das principais economias da zona do euro, já que os resultados podem afetar as expectativas sobre quando os bancos centrais começarão a cortar os juros.
Os dados dos países da zona do euro começam a ser divulgados na quarta-feira, e o PCE -- medida de inflação preferida do Federal Reserve -- sairá na sexta.
Mais cedo, o Banco Central Europeu informou que os consumidores da zona do euro reduziram suas expectativas de inflação no mês passado.
As expectativas de inflação para os próximos 12 meses diminuíram de 3,0% no mês anterior para 2,9%, atingindo seu nível mais baixo desde setembro de 2021. Enquanto isso, as expectativas para a inflação daqui a três anos caíram de 2,5% para 2,4%, ainda acima da meta de 2% do BCE.
É dado como certo um corte de juros pelo BCE na reunião do próximo mês, com os mercados apostando em apenas mais uma redução até dezembro.
Os operadores também estão precificando um corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed este ano, provavelmente em setembro ou novembro, com uma pequena chance de uma segunda redução.
No cenário doméstico, os investidores analisavam a divulgação de dados importantes sobre a economia brasileira mais cedo, como o resultado primário mensal do governo central e o IPCA-15.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,44% em maio, abaixo da expectativa levantada em pesquisa da Reuters de alta de 0,48%.
O governo central registrou superávit primário de 11,082 bilhões de reais em abril, abaixo do saldo positivo de 13,35 bilhões de reais projetado por analistas..
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1719 reais na venda, em leve alta de 0,07%, numa sessão marcada pela baixa liquidez em função do feriado nos Estados Unidos.
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