Milho acumula alta semanal de 1,8% na B3 e analista vê fôlego para mais
A sexta-feira (24) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações no campo misto e próximas da estabilidade na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 59,40 e R$ 69,09 e acumularam ganhos semanais de até 1,8%.
O vencimento julho/24 foi cotado à R$ 59,40 com alta de 0,34%, o setembro/24 valeu R$ 62,82 com elevação de 0,16%, o novembro/24 foi negociado por R$ 65,84 com queda de 0,24% e o janeiro/24 teve valor de R$ 69,09 com perda de 0,24%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram valorizações de 1,37% para o julho/24, de 1,8% para o setembro/24, de 1,87% para o novembro/24 e de 1,45% para o janeiro/25, em relação ao fechamento da última sexta-feira (17).
O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o preço do milho para janeiro/25 está cerca de R$ 10,00 por saca acima da cotação indicativa para julho/24. “O milho vai sim se valorizar no segundo semestre. A B3 já andou raspando os R$ 70,00 e tem fôlego para mais”, diz.
Com a colheita da segunda safra de milho começando no Brasil, ainda há muita incerteza quanto ao tamanho da produção nacional do cereal. Ao mesmo tempo que muitas regiões conseguiram antecipar o plantio, encontram boas condições climáticas e estão produzindo bem nas primeiras áreas, outras sofreram com o clima e devem ter perdas, além da redução de área plantada registrada neste ciclo.
Diante deste cenário, o Analista de Mercado da Grãos Direto, Ruan Sene, destaca que existe no mercado uma disputa entre vendedores que apostam em preços melhores para o grão e estão segurando sua comercialização mais do que nos anos anteriores, e compradores que acreditam em queda de preços e também não participam do mercado.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um último dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícola identificou desvalorização apenas em Sorriso/MT. Já as valorizações apareceram nas praças de Nonoai/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
A análise da SAFRAS & Mercado destaca que, o mercado brasileiro de milho registrou uma semana de preços mais altos para o milho.
“Os negócios seguiram travados, muito embora as especulações em torno de um clima quente e seco em áreas do Sudeste, Centro-Oeste e no estado do Paraná, nas próximas semanas, fizeram com que os produtores aumentassem as cotações do cereal. Os consumidores, por outro lado, seguem atuando com cautela, avaliando que os atuais patamares de preços estão longe das ideias de oferta, esperando que o quadro se reverta com a colheita da safrinha”, avaliam os analistas da SAFRAS.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira chegou ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando movimentações próximas da estabilidade, levemente mais altas, e acumulando altas de até 2,7% na semana.
O vencimento julho/24 foi cotado à US$ 4,64 com alta de 0,75 pontos, o setembro/24 valeu R$ 4,74 com elevação de 1,25 pontos, o dezembro/24 foi negociado por US$ 4,88 com valorização de 1,75 pontos e o março/25 teve valor de US$ 5,00 com ganho de 1,50 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (23) de 0,16% para o julho/24, de 0,26% para o setembro/24, de 0,36% para o dezembro/24 e de março/25 para o 0,30%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano contabilizaram valorizações de 2,71% para o julho/24, de 2,59% para o setembro/24, de 2,47% para o dezembro/24 e de 2,20% para o março/25, em comparação ao fechamento da última sexta-feira (17).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho oscilaram um pouco durante uma sessão um tanto instável na sexta-feira, mas terminaram com ganhos modestos.
A consultoria Agrinvest aponta que o trigo registrou alta semanal de mais de 6% em Chicago, o que ajudou a empurrar o milho para cima. “O encarecimento do trigo para uso de rações já sinaliza a viabilidade na substituição do produto por milho ou farelo de soja”.
Ruan Sene também ressalta essa relação de altas entre e trigo e o milho, e a possibilidade de aumento na demanda internacional de milho diante das valorizações do trigo no mercado externo.
“Quando a gente tem alta no trigo possivelmente vamos ter uma preferência maior dos compradores para compor a alimentação animal com milho e subprodutos da soja. Então quando a gente olha para esse cenário, a gente começa a ver um aumento na demanda do milho e do farelo de soja. Então quando a gente olha para esse lado do mercado, que é o lado da demanda, a gente vê sim um cenário promissor até o momento que traz equilíbrio com o avanço no plantio dos Estados Unidos”, aponta Sene.
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