Dólar amplia ganhos frente ao real em linha com exterior antes de ata do Fed
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar ampliava seus ganhos frente ao real nesta quarta-feira, influenciado pelo cenário externo em meio à valorização da moeda norte-americana em outros mercados, com expectativa dos investidores pela publicação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve.
Às 12h25 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,64%, a 5,1493 reais na venda. A moeda norte-americana, no entanto, chegou a subir 0,95% no pico do dia, quando chegou a 5,1651 reais.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,49%, a 5,152 reais na venda.
"Embora tenha se distanciado um pouco das máximas do dia, estamos no plano positivo, novamente em um evidente alinhamento com o exterior", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
"Tem um lance defensivo também, temos Fed. Vamos ver o que sugere a ata", acrescentou.
Nesta quarta-feira, o índice do dólar - que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas - avançava ligeiramente.
Outras moedas emergentes pares do real também registravam perdas relevantes frente ao dólar, com destaque para as baixas de quase 2% do peso chileno e de quase 1% do rand sul-africano. O dólar australiano, proxy global para o apetite por risco, perdia 0,40%.
O Fed divulgará a ata de seu último encontro às 15h e o mercado espera possíveis pistas sobre quando o banco central dos Estados Unidos começará a reduzir os juros.
Quanto mais o banco central norte-americano demorar para afrouxar a política monetária, melhor para o dólar, que fica comparativamente mais atraente que pares emergentes quando os EUA oferecem rendimentos elevados.
As autoridades do Fed têm enfatizado que o banco central deve esperar mais alguns meses para garantir que a inflação realmente esteja no caminho certo para atingir sua meta de 2% antes de cortar a taxa de juros.
Os dados recentes e os comentários das autoridades podem tornar a ata desta quarta-feira menos esclarecedora do que o normal.
Os operadores de juros futuros estão atualmente precificando 41 pontos-base de cortes até o final do ano, com o primeiro provavelmente em setembro.
De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, dados de preços ao consumidor britânico acima do esperado desta quarta-feira também pesavam na disposição a tomar risco dos investidores, já que alimentaram temores de uma inflação global persistente.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1163 reais na venda, em leve alta de 0,23%.
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