Dólar sobe em dia de alta da moeda no exterior e avanço das taxas dos Treasuries
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Após três sessões em baixa, o dólar à vista fechou a quarta-feira em alta ante o real, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior e com a elevação das taxas dos Treasuries, em um dia de leilão de títulos nos Estados Unidos.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1492 reais na venda, em alta de 0,40%. Em abril, a divisa dos EUA acumula elevação de 2,66%.
Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,20%, a 5,1485 reais na venda.
A moeda norte-americana oscilou em alta ante o real durante praticamente toda a sessão, com investidores recompondo parte das posições compradas (no sentido de alta das cotações) no mercado futuro após os recuos recentes. No exterior, a moeda dos EUA também se mantinha com ganhos ante boa parte das demais divisas.
Após as 11h o movimento de alta do dólar se intensificou no Brasil, na esteira do avanço dos rendimentos dos Treasuries.
Em meio à expectativa antes do leilão de 70 bilhões de dólares de títulos de cinco anos do Tesouro norte-americano, os yields atingiram as taxas máximas do dia pouco depois das 11h (horário de Brasília).
No mercado à vista brasileiro, o dólar saiu de uma cotação mínima de 5,1247 reais (-0,07%) às 9h03 -- no início da sessão -- para uma máxima de 5,1727 reais (+0,86%) às 11h37, em meio à alta dos yields antes do leilão de títulos.
A cotação máxima do dólar coincidiu com os picos das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), também influenciadas pelos Treasuries.
Além da pressão altista para o dólar trazida pelo exterior, o mercado esteve atento à fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante evento em São Paulo, sobre a busca da meta de inflação de 3%.
“Do ponto de vista de diretor de Política Monetária, isto não é um tema... Meta não é para se discutir, é para se perseguir", afirmou, reforçando que a discussão sobre a viabilidade da meta de inflação não é feita no Copom e é um “não-tema”.
Galípolo pontuou ainda que o regime de câmbio flutuante no Brasil tem absorvido as mudanças de precificação dos ativos -- fenômeno que ocorre na esteira da expectativa de que o Federal Reserve promova menos cortes de juros em 2024. Segundo o diretor, o momento parece ser “predominantemente de valorização do dólar”.
Durante a tarde a moeda norte-americana se acomodou em patamares mais baixos ante o real, acompanhando a perda de força da divisa dos EUA também no exterior. Ainda assim, o dólar fechou em alta, perto dos 5,15 reais.
No exterior, a divisa se mantinha em alta ante uma cesta de moedas no fim da tarde. Às 17h19, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,15%, a 105,830.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.
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