Açúcar: Petróleo e dólar pesam para perdas nas bolsas de NY e Londres nesta 6ª feira
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (08) com queda nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado sentiu pressão do financeiro, petróleo e câmbio no dia, além de melhores perspectivas com a safra da Tailândia.
Por outro lado, há atenção para uma safra 2024/25 menor no Centro-Sul do Brasil e na Tailândia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 0,61%, cotado a 21,18 cents/lb, com máxima em 21,40 cents/lb e mínima de 21,01 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 1,09%, a US$ 597,50 a tonelada.
No acumulado da semana, o principal vencimento do adoçante no terminal norte-americano caiu 2,82%.
O mercado do açúcar estendeu as perdas da sessão anterior nesta sexta acompanhando um financeiro negativo. O petróleo registrou perdas de quase 1,50% no dia. As oscilações do óleo bruto impactam diretamente na decisão de produção das usinas.
Além disso, o dólar subia sobre o real, o que tende a encorajar as exportações, mas pesa sobre os preços.
Os preços do açúcar dispararam em parte da semana acompanhando dados sobre a safra 2024/25 do Centro-Sul do Brasil e da Índia. A Datagro revisou nesta semana sua previsão de moagem de cana no Centro-Sul para 592 milhões de toneladas.
O volume representa uma queda de 9,8% ante o recorde do ciclo anterior, de cerca de 650 milhões de t. "Nenhum Estado terá chuvas acima do normal (nos próximos três meses)", afirmou o presidente da Datagro, Plinio Nastari, em evento da companhia.
A produção de açúcar na nova safra é estimada em 40,5 milhões de t pela Datagro, com uma queda de queda 4,8% ante 2023/24. A fabricação de etanol deverá cair 9,3%, totalizando 30,42 bilhões de litros, incluindo o milho.
Informações da Índia também tiveram impacto aos preços no dia. O plantio de cana-de-açúcar nos estados de Maharashtra e Karnataka, no Oeste do país, deverá cair na temporada 2024/25 a partir de 1º de outubro, disse um órgão do setor.
MERCADO INTERNO
O mercado interno do açúcar voltou a dar sinais de recuperação nesta reta final de semana. Apesar de menor oferta, a demanda ainda está desaquecida, o que mantém pressão sobre as cotações, segundo o o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 141,73 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,05%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 162,42 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,34 c/lb com desvalorização de 0,79%.
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