Preço do milho despenca nesta 6ªfeira e B3 acumula mais de 5% de prejuízo semanal
O pregão da Bolsa Brasileira (B3) desta sexta-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho tendo despencado até 4,4%. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,94 e R$ 62,00 e acumularam revezes de até 5,3% ao longo desta semana.
O vencimento março/24 foi cotado à R$ 62,00 com baixa de 3,37%, o maio/24 valeu R$ 61,19 com baixa de 4,39%, o julho/24 foi negociado por R$ 60,94 com desvalorização de 4,42% e o setembro/24 teve valor de R$ 61,70 com perda de 3,23%.
No acumulado semanal, os contratos do milho brasileiro registraram desvalorizações de 3,95% para o março/24, de 5,35% para o maio/24, de 5,24% para o julho/24 e de 4,39% para o setembro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (16).
O Analista de Mercado da Grão Direto, Ruan Sene, explicou que, após um período de lateralidade nas últimas semanas, o mercado entrou em um cenário onde a oferta está pesando mais do que a demanda, e é daí que vem tamanha pressão negativa das cotações neste momento.
“É um acúmulo de movimentos em que a oferta se prevalece sobre a demanda. O gatilho principal foi o relatório ontem de exportação dos Estados Unidos que trouxe um volume bem baixo, mostrando que o movimento de demanda ainda está muito enfraquecido. Trazendo essa realidade aqui para o Brasil, soma-se os fatores de um plantio de safrinha seguindo sem nenhum empecilho e também a colheita da safra verão que vem também trazendo uma oferta significativa”, pontua Sene.
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O analista destaca que, o que foi problema para a soja acabou se tornando benéfico para o milho, antecipando o plantio da safrinha e, consequentemente, pegando um período de menos risco climático. “Nesse momento, com essas chuvas durante essa semana, mantem esse viés positivo em relação ao desenvolvimento da safra que está sendo plantada”, diz.
No mercado brasileiro, o preço da saca de milho teve poucas alterações neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações apenas nas praças de Sorriso/MT e Luís Eduardo Magalhães/BA.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
A análise da SAFRAS & Mercado destaca que, o mercado brasileiro de milho voltou a mostrar sinais de acomodação ao longo da semana. “O produtor manteve a estratégia de reter as ofertas do cereal, na tentativa de elevar os preços, mas não houve o retorno esperado na ponta compradora. Diante da ausência dos consumidores nos negócios, os preços perderam força e acabaram cedendo levemente no Brasil”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho também encerraram um pregão negativo nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). Com quedas de até 1,7%, as principais cotações acumularam recuos de até 4% na semana.
O vencimento março/24 foi cotado à US$ 3,99 com desvalorização de 6,25 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,13 com perda de 5,00 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,26 com baixa de 4,50 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,35 com queda de 4,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (22), de 1,72% para o março/24, de 1,20% para o maio/24, de 0,93% para o julho/24 e de 0,91% para o setembro/24.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram desvalorizações de 4,09% para o março/24, de 3,73% para o maio/24, de 3,18% para o julho/24 e de 2,68% par ao setembro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (16).
Segundo informações da Agrinvest, o milho caiu bem nesta semana e voltou a renovar suas mínimas de 3 anos.
“Além da perspectiva de um abundante estoque final de milho americano para a nova temporada, que manteve a pressão sobre os preços nessa semana, hoje os preços em Chicago caíram por novas grandes vendas de milho da Ucrânia para a China em níveis muito descontados, retirando ainda mais esperança dos EUA ver a sua demanda de exportação crescer”, diz a consultoria.
De acordo com a Agrinvest, foram 10 navios de milho ucraniano comprados pela China nesta semana por US$ 228,00 a tonelada, nível em que o Brasil não consegue competir. “Com frente de Santos para a China à US$ 47,00 por tonelada, o prêmio de Santos teria que ser de +30u, sendo que hoje está ofertado a +50u, ainda assim, +50u está R$ 10,00 por saca abaixo da B3”.
"Entrar nesse nível de US$ 4,00 não é um bom sinal. Sejamos realistas, estamos ficando bem abaixo do custo de produção para muitos produtores", disse Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group, com sede em Chicago.
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