Políticas públicas que contribuem ou atrapalham o desenvolvimento do agronegócio no Brasil e no mundo

Publicado em 29/01/2024 18:40 e atualizado em 07/02/2024 10:46
Conexão Campo Cidade -
Ivan Wedekin foi o convidado para o debate desta semana, que se aprofundou em estratégias de governos que interferem na atividade rural
Podcast

Políticas públicas que contribuem ou atrapalham o desenvolvimento do agronegócio no Brasil e no mundo

Logotipo Notícias Agrícolas

Ivan Wedekin - ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, diretor da BM&FBOVESPA e CEO da Bolsa Brasileira de Mercadorias -  foi o convidado desta semana no programa Conexão Campo Cidade. Na edição, os participantes discutiram as políticas agrícolas no agronegócio brasileiro.

Durante o programa, Wedekin destacou a importância da continuidade nas políticas agrícolas ao longo dos últimos 30 anos, independentemente das mudanças de governo. Ele ressaltou que os pilares dessas políticas, focados no crédito direcionado para pequenos e médios produtores e no investimento em tecnologia, permaneceram consistentes, contribuindo para o fortalecimento do setor.

Um dos pontos altos da discussão foi a abordagem sobre a relação entre o agronegócio e o mercado financeiro de capitais. Wedekin lembrou que, 20 anos atrás, durante as discussões sobre a lei do título do agronegócio, houve um interesse significativo do núcleo Agrário do PT, preocupado com o impacto desses títulos na Agricultura Familiar.

Ele relembrou que no primeiro Plano Safra da gestão de Roberto Rodrigues no Ministério da Agrícolas, com o qual Wedekin trabalhou, foi destinado 1 bilhão de reais para a agricultura familiar, que na época representava 40% do que havia sido aplicado no Pronaf no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso.

Hoje, o Pronaf conta com um orçamento de 50 bilhões de reais, com mais 40 bilhões destinados ao Pronamp. Essa expansão só foi possível graças à ponte estabelecida entre o agronegócio e o mercado financeiro. Atualmente, o saldo das operações de crédito rural registradas no Banco Central é de aproximadamente 600 bilhões de reais, o que representa metade do faturamento dos produtores rurais, evidenciando o sucesso dessa política.

Wedekin também abordou a questão do financiamento privado de mercado, destacando que o mercado de capitais está resolvendo a questão do custeio agrícola e agora precisa ser atraído para financiar investimentos, uma área que não pode depender exclusivamente de recursos do BNDES e de fundos constitucionais.

 

Movimentos Agrícolas na Europa

Os participantes também discutiram as recentes mudanças e desafios enfrentados pela agricultura na Europa. A discussão foi impulsionada por declarações feitas pelo presidente francês Macron, que destacou a impossibilidade de assinar o acordo Mercosul-União Europeia diante dos eventos atuais na Europa.

Os movimentos agrícolas na Alemanha, Holanda, Polônia, Itália e França foram descritos como sem precedentes nas últimas décadas. Governos europeus, enfrentando orçamentos enxugados pós-pandemia e durante a guerra, estão cortando subsídios para a agricultura, criando dificuldades significativas para os produtores rurais. Essas ações incluem restrições ao uso de defensivos agrícolas e fertilizantes nitrogenados, levando a anúncios de que até 30% dos produtores podem ser eliminados do processo produtivo.

Wedekin destacou que 17% da renda dos produtores europeus vem da política agrícola de transferência dos governos e dos consumidores, em comparação com apenas 2% no Brasil. A agricultura europeia, apesar de receber subsídios significativos, não é competitiva devido à falta de economias de escala e outras limitações estruturais.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário