China proíbe exportação de tecnologia para processamento de terras raras
Por Siyi Liu e Dominique Patton
PEQUIM (Reuters) - A China, o maior processador de terras raras do mundo, proibiu a exportação de tecnologia para a fabricação de ímãs de terras raras, acrescentando-a a uma proibição já em vigor sobre a tecnologia para extrair e separar os materiais essenciais.
As terras raras são um grupo de 17 metais usados para fabricar ímãs que transformam energia em movimento e são usados em veículos elétricos, turbinas eólicas e aparelhos eletrônicos.
"Isso deveria ser um alerta de que a dependência da China em qualquer parte da cadeia de valor não é sustentável", disse Nathan Picarsic, cofundador da empresa de consultoria geopolítica Horizon Advisory.
O Ministério do Comércio da China buscou a opinião pública em dezembro passado sobre a possível mudança para adicionar a tecnologia de preparação de ímãs de samário-cobalto, ímãs de neodímio-ferro-boro e ímãs de cério ao seu "Catálogo de Tecnologias Proibidas e Restritas à Exportação".
Na lista, também foram proibidas a tecnologia de fabricação de oxiborato de cálcio de terras raras e a tecnologia de produção de metais de terras raras, acrescentando-as a uma proibição anterior da produção de materiais de liga de terras raras.
Os objetivos declarados do catálogo incluem a proteção da segurança nacional e do interesse público.
A China reforçou significativamente as regras que orientam as exportações de vários metais este ano, em uma batalha crescente com o Ocidente pelo controle de minerais essenciais.
O país asiático introduziu permissões de exportação para materiais de fabricação de chips, gálio e germânio, em agosto, seguidas por exigências semelhantes para vários tipos de grafite desde 1º de dezembro.
"A China está determinada a manter seu domínio do mercado", disse Don Swartz, presidente-executivo da American Rare Earths, que está desenvolvendo uma mina de terras raras e uma instalação de processamento no Estado norte-americano do Wyoming. "Isso agora é uma corrida."
OCIDENTE
A iniciativa da China de proteger sua tecnologia de terras raras ocorre no momento em que a Europa e os Estados Unidos se esforçam para se livrar de dependência de terras raras do país asiático, que responde por quase 90% da produção refinada global.
A China dominou o processo de extração por solvente para refinar os minerais estratégicos, que a MP Materials e outras empresas ocidentais de terras raras tiveram dificuldades para implantar devido a complexidades técnicas e preocupações com a poluição.
As ações da MP, que começou lentamente a aumentar o processamento de terras raras na Califórnia, saltaram mais de 10% na quinta-feira após a decisão da China. A empresa não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.
A Ucore Rare Metals disse na quinta-feira que havia concluído o comissionamento de uma instalação para testar sua própria tecnologia de processamento de terras raras, que está sendo financiada em parte pelo Departamento de Defesa dos EUA.
"Novas tecnologias serão necessárias para superar o controle chinês sobre essas importantes áreas", disse o presidente-executivo da Ucore, Pat Ryan. As ações da Ucore subiram mais de 16%.
Não está claro até que ponto a tecnologia de terras raras da China está sendo realmente exportada. Pequim tem desencorajado sua exportação há anos, disse Constantine Karayannopoulos, ex presidente-executivo da Neo Performance Materials, que separa terras raras na Estônia.
"Esse anúncio apenas formaliza o que todos sabiam ser o caso", disse Karayannopoulos.
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