Diesel recua nos postos do Brasil com importação de produto mais barato, diz ValeCard
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O preço médio do diesel nos postos do Brasil recuou 0,14% na primeira semana dezembro ante a anterior, diante de um aumento de importações do produto fóssil mais barato pelo país, apontou nesta sexta-feira levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de mobilidade.
O valor médio do combustível registrou valor médio de 6,349 reais por litro, após uma queda de 0,009 real/litro no período de 1º a 7 de dezembro ante a semana anterior (24 a 30 de novembro), apontou o levantamento, com base em transações realizadas em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados em todos os Estados do Brasil.
"Devido à importação de diesel mais barato, o preço nos postos já vinha em trajetória de queda, o que deve se manter nas próximas semanas com a redução anunciada pela Petrobras nas refinarias", disse em nota o head de inovação e portfólio na ValeCard, Brendon Rodrigues.
Em meio a um recuo de preços do petróleo no mercado externo desde o fim de outubro, a Petrobras reduziu em 6,7% o preço médio do diesel vendido a distribuidoras nesta sexta-feira, em um corte considerado ainda conservador por especialistas de mercado, que apontaram na véspera que os preços da petroleira ainda estão acima da paridade.
As importações de diesel pelo Brasil subiram mais de 50% em novembro, ante o mesmo mês do ano passado, para 1,04 bilhão de litros, com impulso de forte consumo interno, da arbitragem favorável para compras externas e em meio a um retorno da competitividade do diesel russo no país, avaliou a consultoria StoneX à Reuters.
O avanço ocorreu enquanto a Petrobras --principal produtora de combustíveis no país -- vendeu diesel acima do preço de paridade de importação em suas refinarias na maior parte do mês, segundo cálculos da consultoria, considerando valores do produto do Golfo americano.
GASOLINA E ETANOL
O preço médio da gasolina por sua vez, recuou 0,12% na primeira semana de dezembro ante a anterior, a 5,842 reais por litro, segundo a pesquisa.
"Até que haja um novo reajuste da Petrobras, em decorrência de fatores externos, a tendência para a gasolina é de relativa estabilidade", disse Rodrigues.
Já o etanol, concorrente direto da gasolina nas bombas, caiu 0,41% no mesmo período, para 3,673 reais por litro.
"O preço do etanol segue refletindo o crescimento da oferta de matéria-prima", disse Rodrigues.
O especialista citou dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), apontando que a moagem de cana na primeira quinzena de novembro registrou crescimento de 32,09%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado.
"E isso está se refletindo nos preços praticados pelas usinas produtoras de etanol hidratado, que, em São Paulo, reduziram o preço do combustível em 4,17% nos últimos dez dias de novembro, segundo o indicador Cepea/EsalQ", adicionou.
Na primeira semana de dezembro, segundo o levantamento, ficou mais vantajoso abastecer com etanol do que com gasolina em 18 unidades federativas do Brasil: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
(Por Marta Nogueira)
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