Argentina encerra votações e eleição presidencial deve ir para 2º turno; Milei está confiante
A Argentina vai viver um segundo turno das eleições presidenciais em 19 de novembro que será disputado entre Sergio Massa e Javier Milei. O candidato peronista surpreendeu, acumulou 36,31% dos votos e foi para a segunda etapa. Milei teve 30,18% da votação. O ultraliberal ganhou as eleições primárias em agosto, vinha liderando as pesquisas, porém, foi para o segundo turno como segundo colocado.
Na terceira posição, como era esperado, Patricia Bullrich disparou contra Massa e disse que não será ela a ajudar a manter a Argentina como está. Milei já sinaliza a possível aliança com a coligação 'Juntos pela Mudança', buscando conseguir reverter para si os 23% de votos que teve Bullrich.
"Dois terços dos argentinos votaram por uma mudança, uma alternativa a esse governo de delinquentes. Todos que queremos uma mudança devemos trabalhar juntos. Pensemos no futuro, no que queremos para nossos filhos", disse.
A Argentina viveu, neste domingo (22), a primeira fase do que os especialistas afirmam ser a mais confusa e complexa eleição presidencial em pelo menos 40 anos. O país sul-americano, que está afundado em uma severa crise política ao passo em que também vive um nítido rompimento político entre os peronistas, pode iniciar uma nova era ao eleger Javier Milei, representante da direita e da frente 'La Libertad Avanza'.
O jornal La Nacion, um dos mais importantes do país, afirma que "esta é a eleição mais incerta desde o retorno da democracia", destacando que cerca de apenas 74% dos eleitores teriam exercido o voto neste domingo, as mais baixa adesão desde 1983. A votação se encerrou às 18h (horário de Brasília).
A posse do novo presidente está marcada para 10 de dezembro.
Alberto Fernández, atual presidente, nem ao menos concorreu à reeleição diante do elevado índice de desaprovação pelo qual passa seu governo, marcado por inúmeras tentativas de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), inflação acima dos 100% e intensa desvalorização do peso argentino, além de uma série de outros problemas.
A desvalorização da moeda argentina já acumula uma desvalorização de 67; a inflação acumualda em 12 meses chega a 138,30% e a dívida bruta do país já alcança 89,5% do PIB (Produto Interno Bruto) e há mais de 40% da população na faixa da pobreza, de acordo com dados do FMI.
O cenário atual justifica parte da atual popularidade e força de Milei nas urnas, ainda segundo especialistas, já que o candidato têm defendido, principalmente, uma considerável diminuição do estado e um olhar mais racional para a economia argentina, destacando, inclusive, a potência do agronegócio local devendo ser retomada, como vem sendo noticiado pelo Notícias Agrícolas.
E o setor tem tido um protagonismo importante na corrida presidencial deste ano. Tanto a produção agropecuária, quanto a agroindústria argentina tiveram um espaço importante no desenho de governo dos aspirantes à Casa Rosada, com muitas associações de classe tendo sido ouvidas diante de tantos problemas que vêm enfrentando nas últimas temporadas em função não só de fatores como o clima extremamente adverso, mas também de uma desvalorização cambial, por exemplo, ou das chamadas retenciones.
"A seca bastante severa e seu impacto no ingresso de divisas têm sido argumentos permanentemente utilizados pelo Ministro da Economia, Sergio Massa, para defender a sua gestão como ocorre frente aos problemas de inflação e desvalorização que o país sofre. Mas, o setor rural também conseguiu introduzir à força nas discussões políticas a questão das retenciones e os seus prejuízos para o setor", informa o portal Infocampo.
Nas últimas semanas e meses, Massa aproveitou o momento e colocou em prática algumas medidas claramente eleitoreiras, como a derrubada de tarifas de exportação de produtos lácteos por 90 dias, além de estender e ampliar os benefícios do chamado 'dólar soja', criando inclusive, o dólar agro. Com isso, os temas ligados ao agronegócio acabaram ganhando também bastante espaço nos debates entre os presidenciáveis.
Nos chamados 'bunkers' na Argentina, uma espécie de comitê, os candidatos aguardam pelos resultados. Ainda de acordo com o La Nacion, Milei está no Hotel Libertador, no centro de Buenos Aires. Eduardo Bolsonaro deve encontrá-lo por lá ainda na noite deste domingo.
1 comentário
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O tal do Milei é tão maluco, que vão acabar elegendo o pior de todos
E o pior; não tendo sucesso acaba pela volta da maldita esquerda. Já aconteceu lá o Macri não conseguiu implementar seu plano de trabalho e elegeu a esquerda. Aqui no Brasil tivemos o mesmo problema; Bolsonaro não conseguiu governar e elegeu quem? Ou acham que o Carniça Bebum voltou porque tem competência? Voltou porque quem estava no poder não conseguiu governar ou foi incompetente.
Sr. GILBERTO, a "força de trabalho" (pessoas) do país é algo em torno de 70 milhões. Dessas, 11 MILHÕES são funcionários públicos e, na sua maioria são defensores "por tabela" do socialismo pois, são corporativistas. Sempre lutam na defesa de sua classe. Haja vista, a distância de realidade entre os privilégios de um "trabalhador público em relação ao Trabalhador da iniciativa privada". Então, O BURACO É MAIS EMBAIXO" pois, um presidente do país não vai ter o apoio dessas classes que se "FINGE DE LEITÃO PARA MAMAR DEITADO"!!!
Ah! Esqueci de falar sobre o "poder" do mecanismo globalista. Enfim, é só dar uma espiada ao redor e ver como se encontra a América Latina.
Não devemos nos esquecer que, a América Latina tem um peso de DOIS POR CENTO (2%) no mercado mundial. Embora o Brasil seja um player na exportação de commodities agrícolas e minerais, sofremos toda a influência da paridade do câmbio dólar X real.
Só um exemplo: Estamos nos comunicando pela internet que para ser viável, usa-se componentes importados e, estamos usando smatphones ou computador para redigir as mensagens... TUDO IMPORTADO !!!