Juros futuros caem com alívio nos Treasuries após dados de emprego nos EUA

Publicado em 04/10/2023 16:57 e atualizado em 04/10/2023 17:37

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após dois dias de ganhos fortes, as taxas dos contratos futuros de juros fecharam esta quarta-feira em baixa no Brasil, com investidores ajustando posições e reagindo novamente ao exterior, onde os rendimentos dos Treasuries cediam após a divulgação de dados piores que o esperado sobre o mercado de trabalho privado dos Estados Unidos.

O Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou no início da sessão que foram abertos 89.000 empregos no mês passado no setor privado dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 153.000 postos de trabalho.

O dado pior que o esperado trouxe certo alívio para os negócios nesta quarta-feira, após a curva de juros norte-americana ter subido nas últimas semanas na esteira de números econômicos fortes, que elevaram as apostas de que o Federal Reserve poderá elevar mais sua taxa de referência e mantê-la assim por mais tempo.

O alívio na curva de juros norte-americana nesta quarta-feira impactou as taxas dos DIs no Brasil, que recuaram.

"O movimento mais recente foi reflexo do ISM na segunda, do JOLTs na terça, ambos mais fortes que o esperado, e do ADP de hoje, abaixo das expectativas, que foi o responsável pelo alívio das Treasuries e dos juros aqui no Brasil na sessão", resumiu Daniel Leal, estrategista de renda fixa do time de estratégia macro da BGC Liquidez, em comentário a clientes.

O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, viu a baixa das taxas futuras e do dólar ante o real como uma "pausa" antes da divulgação de novos dados importantes nos EUA -- o primeiro deles, o relatório de empregos payroll, na sexta-feira.

Para o mercado, se o payroll corroborar uma leitura mais hawkish (dura) do Fed sobre a inflação, a pressão de alta para as taxas dos Treasuries pode retornar, o que também dará suporte aos juros futuros no Brasil.

"Não esperamos que essa tensão vá se dissipar tão cedo", disse Leal, da BGC Liquidez. "Internamente, os juros altos nos EUA podem impactar o ciclo de cortes do Banco Central, não apenas impedir a aceleração do pace (ritmo), como também a taxa terminal mais baixa", acrescentou.

Na sessão de terça-feira, a forte alta das taxas levou a curva a termo a precificar cerca de 40% de probabilidade de o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central cortar a taxa básica Selic em apenas 0,25 ponto percentual em dezembro -- e não em 0,50 ponto percentual, como vem sendo sinalizado pela instituição.

Profissionais ouvidos pela Reuters, no entanto, viram um "exagero" na precificação de corte menor da Selic em dezembro, resultado de um dia de forte movimento nas curvas de juros em todo o mundo.

Nesta quarta-feira, com a queda das taxas, as apostas para corte de apenas 0,25 ponto em dezembro estavam precificadas em cerca de 20%.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,244%, ante 12,26% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,995%, ante 11,132% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 10,88%, ante 11,03%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,12%, ante 11,273%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,41%, ante 11,552%.

No exterior, em uma sessão marcada pelos dados dos EUA e pela forte queda nos preços do petróleo, os rendimentos dos Treasuries seguiam em baixa.

Às 16:54 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 8,20 pontos-base, a 4,7204%.

O rendimento do Treasury de 30 anos caía 8,30 pontos-base, a 4,854%.

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Fonte:
Reuters

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