Petrobras pode trazer mais diesel ao Brasil se necessário, diz CEO
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras poderá importar volumes extras de óleo diesel ao Brasil, caso seja necessário e faça sentido para a companhia, disse nesta quinta-feira o CEO Jean Paul Prates, em meio a temores do mercado com restrições de embarques do combustível da Rússia.
"Faltar combustíveis, nós absolutamente não trabalhamos com essa possibilidade. O mercado continua livre e cada um compra, importa, com as dificuldades e facilidades que tem", disse Prates, ao ser questionado sobre as medidas que a empresa poderá tomar após o movimento russo.
A Rússia se tornou neste ano a principal fornecedora externa de diesel ao Brasil, tomando o lugar dos norte-americanos, ao ofertar o combustível por preços mais baixos do que os fornecedores mais tradicionais enquanto precisa lidar com sanções ocidentais.
"Nós temos condições mais competitivas do que qualquer um para importar combustíveis, então nós vamos fazer as importações para atender os nossos contratos e eventualmente uma ou outra cota a mais que seja necessária, e que a gente veja oportunidade para entrar em um mercado novo ou em um cliente novo e que seja bom para nós."
O cenário ocorre também em momento em que os preços do petróleo seguem em alta, elevando a defasagem dos preços praticados pela Petrobras nas refinarias ante os valores praticados no exterior, o que segundo analistas desestimula importações por terceiros.
O último reajuste em preços de gasolina e diesel feito pela companhia -- principal produtora de combustíveis no Brasil -- ocorreu em meados de agosto.
"Os modelos, por enquanto, estão indicando que é possível manter no mesmo patamar sem haver absolutamente nenhum risco para a rentabilidade da empresa", afirmou Prates.
O presidente da petroleira disse ainda que a companhia está operando atualmente com fator de utilização das refinarias em 94% e pontuou que a Refinaria Gabriel Passos (Regap) vai entrar em parada técnica para manutenção.
A Reuters publicou no início de setembro que a Regap entraria em manutenção programada, informação agora confirmada pelo presidente.
Prates não deu detalhes sobre o período de manutenção da Regap ao falar com a imprensa em evento da companhia com atletas olímpicos patrocinados pela Petrobras.
MEMORANDO COM A VALE
O presidente-executivo da Petrobras também disse nesta quinta-feira que a estatal assinará um memorando de entendimento com a mineradora Vale ainda nesta semana para estudar potenciais oportunidades de investimento conjunto em energias renováveis.
"A Vale é um consumidor (de energia) e provavelmente um grande interessado em produção de hidrogênio, tem algumas atividades em transição energética que são interessantes, tem participação em algumas áreas de geração de energia, então o que a gente vai começar a fazer é se entender", disse Prates, dizendo que ambas as empresas vão buscar sinergias.
(Por Marta Nogueira)
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