UE diz que instituições financeiras não estão dispostas a apoiar nova lei de desmatamento

Publicado em 13/09/2023 10:59

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Por Maytaal Angel

LONDRES (Reuters) - A Comissão Europeia disse nesta quarta-feira que as instituições financeiras não estão apoiando a nova lei de desmatamento da UE, que enfrentou uma reação negativa dos países produtores preocupados com a criação de barreiras comerciais injustas.

A lei histórica exige que os importadores de commodities como café, cacau, carne bovina, soja, borracha e óleo de palma apresentem uma declaração de devida diligência provando que os produtos não estão contribuindo para a destruição das florestas, sob pena de sofrerem multas pesadas.

O desmatamento é responsável por cerca de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa que impulsionam a mudança climática, e a lei, que entrará em vigor no final de 2024, visa combater a contribuição da União Europeia para a perda florestal.

"É claro que há um preço a pagar. Estamos investindo muito dinheiro (para ajudar os países produtores), mas as instituições financeiras não estão acompanhando", disse Leonard Mizzi, chefe de unidade do departamento de Parcerias Internacionais da Comissão.

Mizzi, falando durante um encontro internacional do setor de café em Londres, defendeu que uma abordagem regulatória para combater o desmatamento era necessária porque as promessas voluntárias das empresas de limpar suas cadeias de suprimentos usando auditorias de terceiros, como o Fairtrade, tiveram impacto limitado.

Em relação às preocupações dos países produtores sobre a lei, Mizzi disse que a UE está buscando uma "abordagem de múltiplas partes interessadas", apontando para os diálogos regionais sobre café que está realizando com vários países da América Latina.

"Não é um processo fácil, mas também não será tão complicado de implementar", disse ele.

A Indonésia classificou a lei como um exemplo de "imperialismo regulatório", enquanto a Malásia afirmou que se trata de um "esforço deliberado" para aumentar os custos e as barreiras para seu setor de óleo de palma -- uma importante fonte de receita de exportação para o país.

(Reportagem de Maytaal Angel)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

    Os países da Europa sempre sugaram os recursos naturais da África e das Américas. Agora estão a inventar uma nova fórmula de saquear esses povos; vocês podem produzir, mas nas seguintes condições: 1, 2, 3....... e de de tudo o que vocês produzirem nós compraremos um imposto ambiental. Ou seja: Brasil e outros países da América Latina + Africa continuarão a ser explorados e o pior agora pagando impostos para os governos deles. Estão de brincadeira!!!!!

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    • Vander Furquim Ribeirão Preto - SP

      Somos competentes em produzir, mas não temos nenhuma competência para vender nossos produtos, o quanto somos preservacionistas. Compramos carros elétricos que na Europa essa energia vem de termoelétricas movidas à carvão....e ele tarifem nossos produtos e apenas nos curvamos. É uma pena. Precisamos de líderes (políticos e em nosso agronegócio). estamos à deriva.

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    • Elvio Zanini Sinop - MT

      O problema no Brasil no tocante À Preservação ; sempre recaiu nos Ombros do Produtor Rural, nunca nas Emprêsas que dominam o Fornecimento de Insumos , sementes, defensivos , a culpa recai sempre no Produtor de alimentos ; o qual trabalha : de Sol a Sol para sustentar tôda a Máquina Governamental , com gastança sem medidas, . Está na hora de pensar em quem sua a camisa para produçâo dos produtos do campo .

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Devo lembrar que na União Europeia paga- Se 250 euros para cada hectare não plantado-- Então me parece que comprar comida de fora quando paga para não plantar me parece um contrasenso

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