Cooxupé reconhece preocupação com queda brusca na produtividade, espaço no mercado internacional e pede cautela
Desde a safra 20 - última de bienalidade positiva para o Brasil e que não teve interferências climáticas, o cafeicultor teve que aprender a lidar com um mercado de intensa volatilidade, quebra na produção e margens apertadas. Segundo Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, no auge da safra 23 o momento ainda é de muita incerteza e dificuldade para o produtor.
Durante o 5º Fórum Café e Clima Cooxupé, promovido pela cooperativa na tarde desta quinta-feira (27), sem citar números, o presidente reconheceu que a produtividade das lavouras na áreas de arábica teve uma queda brusca. "A produtividade no âmbito geral, nos últimos três anos, nós sentimos uma queda muito brusca. É necessário que tenhamos mais cuidado na gestão das propriedades, buscando inovação e tecnologia, que é o que está no nosso poder", afirmou Carlos Augusto.
Com relação ao mercado, que continua apresentando volatilidade, mas que permanece sendo de muita pressão com a colheita andando no Brasil, o presidente ressaltou que o momento é de dificuldades. Além disso, as negociações seguem travadas, mas ele afirma que o consumo está em alta e que am algum momento as negociações voltam acontecer. "Momento como esse de mercado vai passar, a mensagem que posso deixar é de cautela, porque isso nunca é demais", ressaltou.
Também participou da abertura do Fórum, Osvaldo Bachião Filho, vice-presidente da Cooxupé. Ainda mais enfático sobre os problemas com produtividade, ressaltou a importância dos produtores estarem abertos para novas tecnologias e inovação, para então buscar a recuperação. "Todo mundo sabe o que aconteceu com a cafeicultura brasileira nesse tempo. Nós perdemos produtividade e tomara que a gente não perdido mercado", disse.
Bachião mencionou ainda o espaço que os robustas vêm conquistando no blend internacional. Além da produtividade, a matéria-prima mais barata foi uma solução encontrada pelo mercado diante dos problemas econômicos enfrentados em importantes polos consumidores de café.
"A gente precisa enquanto cafeicultor prestar atenção nisso e lutar de todas as formas possíveis para voltar com a produtividade que nós vínhamos tendo. Na minha visão, produtividade é o que paga a conta e para isso a gente precisa cada vez mais trazer a academia para perto de nós, entender o que está sendo estudado e conseguir aplicar na prática pra que isso faça com que nossas lavouras sejam de novo lavouras produtivas", disse.
Acrescentou ainda que só com a retomada da produtividade o produtor voltará a ter segurança na hora de fazer negócio. "A gente tem que ter a inteligência de vender café quando o mercado quer comprar e não quando precisa de dinheiro. É um erro clássico do agricultor brasileiro deixar para vender quando precisa de dinheiro, isso pressiona mercado, derruba preço e nem sempre traz para nós produtores as melhores médias que podemos fazer", ressaltou.
COLHEITA DA COOXUPÉ
Segundo dados divulgados pela cooperativa na última quarta-feira (26), a colheita da safra 23 estava em 58,8% de área colhida até o dia 21 de julho. O atual estágio da safra, com alta de 8,3 pontos percentuais em relação à semana anterior, se compara a 52,6% atingidos nesta época no ano passado. É o ritmo mais rápido desde 2020, quando os produtores colheram 61,2% do café nesta época do ano.
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