Proibições às exportações de aves dos EUA persistem mesmo com retração da gripe aviária
Por Tom Polansek
CHICAGO (Reuters) - Os produtores de aves dos Estados Unidos dizem que enfrentam problemas econômicos prolongados com a gripe aviária, apesar de passarem meses sem infecções nos rebanhos, uma vez que a China e alguns importadores menores não suspenderam as proibições comerciais implementadas durante o pior surto do vírus no país.
As proibições persistentes, impostas no ano passado para impedir a propagação da doença, restringem o mercado de 6 bilhões de dólares de exportação de carne de frango dos EUA, com os produtores também lutando com mão de obra limitada, preços mais baixos de frango e custos incertos para ração.
O mercado chinês é particularmente importante para empresas norte-americanas como a Pilgrim's Pride porque é o principal destino de itens como pés de galinha que os norte-americanos geralmente não comem, disseram autoridades do setor.
China, África do Sul e República Dominicana mantêm proibições a aves de 37 Estados que relataram infecções anteriormente, mostram os registros do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O México, o maior mercado geral para a carne de frango norte-americana, suspendeu em grande parte as proibições comerciais, embora os embarques do Colorado, do Estado de Washington e de alguns outros estejam bloqueados, mostram os registros.
O fracasso da China em suspender as proibições 90 dias depois que os Estados eliminaram a gripe aviária das fazendas viola o acordo comercial Fase 1 assinado com o ex-presidente Donald Trump em 2020, disseram autoridades do setor.
O escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) se recusou a comentar e a Administração Geral de Alfândega da China não respondeu a um pedido de comentário.
O USDA não forneceu comentários atualizados sobre o tema. No ano passado, o órgão disse que estava comprometido em garantir que as restrições estivessem alinhadas com os acordos internacionais e fossem suspensas o mais rápido possível.
A Wayne-Sanderson Farms, terceira maior produtora de aves dos EUA, disse à Reuters que muitas de suas instalações estão em Estados que deveriam ter sido reaprovados para exportação meses atrás.
"A China continua a ser menos do que acessível quando se trata de reaprovações estatais", disse a empresa. “Temos perdas de oportunidade que estão na casa dos milhões de dólares entre carne branca, carne escura e patas”.
Os produtores de frango Perdue Farms, Tyson Foods e Pilgrim's Pride, controlada pela JBS, também destacaram as restrições comerciais. A Tyson divulga resultados trimestrais em 7 de agosto.
"Vários países-chave ainda não retornaram aos padrões normais de negócios com os Estados Unidos", disse a Perdue em nota à Reuters. "Estamos ansiosos para que os relacionamentos comerciais de longa data de nossa indústria sejam retomados."
A gripe aviária interrompeu o comércio globalmente à medida que o vírus se espalhava. Neste verão do hemisfério norte, o Japão suspendeu as compras de aves de dois Estados do Brasil, o maior exportador mundial de frango, após casos em animais domésticos.
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal, as proibições comerciais regionais ou nacionais são aplicáveis se o vírus altamente letal infectar uma fazenda comercial.
(Reportagem de Tom Polansek em Chicago. Reportagem adicional de Dominique Patton em Pequim)
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