Trigo intensifica rally de alta em Chicago com ataques a rotas alternativas de exportação da Ucrânia

Depois de acumular mais de 10% de alta na semana anterior, os preços do trigo continuam subindo na Bolsa de Chicago e intensificam seu rally no pregão desta segunda-feira (24). Por volta de 11h50 (horário de Brasília), o setembro subia 8,32% para US$ 7,55 e o dezembro, US$ 7,74, com ganho de 7,91%. O mercado do grão puxa os vizinhos com altas fortes ainda no milho, na soja e derivados, com o óleo subindo mais de 2%, apoioado nas preocupações com a oferta de óleo de girassol. 

A Rússia, na noite deste domingo (23), bombardeou armazéns de grãos em terminais dos portos do rio Danúbio na Ucrânia, inviabilizando mais rotas e infraestruturas que o país tinha como alternativas para dar sequência às suas exportações, o que deixou o mercado ainda mais incerto e estressado. 

O mapa abaixo, divulgado pelo analista internacional Andrey Sizov em seu perfil no Twitter, mostra a localização dos portos e terminais que têm sido atacados e a proximidade com a fronteira entre Ucrânia e Romênia, um dos principais pontos de preocupação da escalada do conflito. 

As informações que puderam ser apuradas até este momento dão conta de que foram cerca de quatro horas de ataques por drones nos terminais do rio Danúbio, alguns silos destruídos e pelo menos um navio atingido e tudo isso bem próximo da fronteira com a Romênia que, lembrando, é um membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), outro ponto frágil entre os dois países em guerra.  

A Agrinvest lembra ainda que, mesmo que os pleitos russos fossem atendidos e o acordo para o corredor fosse retomado, as operações ainda permaneceriam limitadas em função dos severos danos causados pelos recentes ataques às estruturas portuárias, em especial nos portos de Odessa e Mykolaiv. 

Não bastando as informações do conflito, o mercado do trigo responde ainda às adversidade climáticas que agora acometem as lavouras do cereal em importantes regiões produtoras do Hemisfério Norte, com tempo quente e seco. "O trigo 2023/24 do Hemisfério Norte já está em início da fase de colheita, mas com temperaturas elevadas e sem chuvas. Assim, não está descartado que o USDA possa realizar um novo corte para agosto, apertando ainda mais os estoques globais de trigo", explicam os especialistas da consultoria.