Após atacar portos, Rússia ameaça navios comerciais e trigo bate no limite de alta em Chicago nesta 4ª
Os futuros do trigo vão acumulando fortes altas nas bolsas internacionais nesta semana em função das últimas notícias vindas da região do Mar Negro e da escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia. E no início da tarde desta quarta-feira (19), os futuros do cereal bateram no limite de alta, alcançando ganhos de mais de 7%. Assim, perto de 12h40 (horário de Brasília), o setembro tinha US$ 7,22 e o março, US$ 7,54 por bushel.
Os recentes ataques russos aos portos ucranianos logo na sequência da Rússia ter saído do acordo agravaram a cena do mercado. "Isso já muda o patamar, porque mesmo que abra o corredor novamente não teria a inflaestrutura", explica o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento.
Além disso, as notícias mais recentes dão conta ainda de que a Rússia estaria ameaçanndo navios comerciais, intensificando ainda mais as incertezas sobre os negócios. "A RIA - Agência de Notícias russa - afirmou que irá considerar navios inimigos todos aqueles que estiverem operando em portos da Ucrânia. A grande dúvida é se a Rússia vai continuar exportando trigo. E por onde", explica o time da Agrinvest Commodities.
Ainda de acordo com a consultoria, "do lado da Ucrânia, estão em jogo dois milhões de toneladas de milho por mês, um milhão de trigo, 120 mil de cevada e 120 mil de óleo de girassol".
Ao mesmo tempo, o analista da Safras pondera ainda que, no curto prazo, segue a percepção do mercado de que se trata de muita especulação diante de todo o trigo que está sendo colhido neste momento em outras origens produtoras importantes, como Canadá e países da Europa. Assim, apesar de uma demanda global maior pelo cereal, a oferta também é mais robusta do que a da temporada anterior, o que ajuda a equilibrar o mercado.
"Por falta de trigo não será que os preços vão subir nos próximos meses", complementa Bento.
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