Setor tem compromisso público e voluntário sobre agenda social do café
O Comitê de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (RSS) do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) se reuniu, em 6 de julho, para discutir ações em desenvolvimento no Brasil visando à melhoria contínua da governança socioambiental da cafeicultura nacional.
Abordando a temática social, Marina Ferro e Paola Gersztein, respectivamente diretora executiva e coordenadora de projeto do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), apresentaram o trabalho em andamento para a construção do “Pacto Setorial para Sustentabilidade Social do Café do Brasil”, um dos eixos de trabalho da “Iniciativa de Ação Coletiva Bem-Estar Social na Cafeicultura”, co-coordenada por Cecafé, InPACTO e Plataforma Global do Café.
Segundo a gestora de RSS do Cecafé, Silvia Pizzol, o Pacto Setorial está em processo de construção e pretende ser um grande compromisso público e voluntário de empresas e organizações em torno da agenda social do setor cafeeiro.
“O Cecafé é um dos apoiadores e ressalta a importância do engajamento de seus associados no processo de diálogo e construção coletiva, que será secretariado pelo InPACTO e contribuirá para trazer mais transparência quanto à proteção dos direitos humanos ao longo da cadeia produtiva, assunto presente nas legislações e regulamentos aprovados e em discussão em importantes mercados de destino do café brasileiro”, explica.
Com foco na proteção ambiental, os membros do Comitê RSS conheceram a plataforma computacional Selo Verde-MG, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o governo do Estado. Conforme destacado por Julian Carvalho, assessor técnico especial da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento mineira (Seapa/MG), a ferramenta é importante para mostrar ao mundo a sustentabilidade da cafeicultura brasileira.
Em sua explanação, o Dr. Felipe Nunes, da UFMG, explicou que a plataforma visa à transparência e à apresentação das informações a qualquer usuário sobre a conformidade ambiental das propriedades rurais de Minas Gerais, destacando que, após cruzamento dos dados do mapeamento de alta resolução do parque cafeeiro do Estado com as informações do CAR, foi possível concluir que 99% dos 115 mil imóveis produtores de café estão livres de desmatamento.
De acordo com César Cruz, diretor de Conservação e Recuperação de Ecossistemas no Instituto Estadual de Florestas, o governo de Minas Gerais, em parceria com a UFMG, vem trabalhando a aceleração do processo de validação dos CARs, por meio da ferramenta CAR 2.0 — tecnologia para validação automática das informações declaradas pelos produtores —, que será disponibilizada em breve.
“Os dados obtidos a partir da plataforma Selo Verde/MG, que atestam o elevado grau de cumprimento da legislação ambiental pelos cafeicultores, são de grande importância para os trabalhos de promoção comercial com foco na sustentabilidade realizados pelo Cecafé ao redor do mundo”, conclui Silvia.
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