Café: Brasil é referência da UE para implantação da nova lei antidesmatamento
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, em Praga, na República Tcheca, nos dias 4 e 5 de julho, do workshop “Tracking Coffee & Deforestation”, promovido pela European Coffee Federation (ECF) e pela European Union Agency for the Space Programme (EUSPA), com a participação de traders, indústrias, associações de países produtores e importadores, Organização Internacional do Café (OIC), Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), entre outras.
Segundo Marcos Matos, diretor geral do Cecafé, a participação da entidade no evento se deu com vistas aos desafios e oportunidades relacionadas à nova Lei da União Europeia de importação de uma série de commodities não ligadas ao desmatamento. “Essa é uma estratégica identificada para uma maior participação do Brasil nas discussões referentes à fase de implementação da nova Lei, que deverá ocorrer até dezembro de 2024”, explica.
No primeiro dia do workshop, o Cecafé realizou uma apresentação destacando os avanços da sustentabilidade da cafeicultura brasileira ao longo das últimas décadas e a experiência do Código Florestal e do Cadastro Ambiental Rural (CAR) na obtenção dos polígonos e dados georreferenciados.
Em sua participação, Matos também apresentou a Plataforma Brasileira de Rastreabilidade, desenvolvida e conduzida pelo Cecafé, demonstrando os avanços na cafeicultura do Brasil, assim como os desafios da cadeia de custódia do café, englobando a diversidade de regiões, produtores, a formação de blends até as exportações via contêineres.
“Com base em tudo que temos realizado e apresentado a nossos principais importadores, fomos indicados como projeto-piloto, como referência da UE para a implementação da nova Lei. Seremos parceiros da EUSPA e da ECF para geração de conhecimento, experiência e benchmarks a serem replicados em diversos outros países”, revela.
Matos completa que alguns diretores da EUSPA, inclusive, manifestaram seu desejo de visitar o Brasil para conhecer a realidade da produção nacional. “Isso é fundamental, pois a entidade tem o poder de propor, tecnicamente, alterações em prazos e abordagens da Lei. Estamos trabalhando para trazê-los o quanto antes e fomentarmos a imagem sustentável e de qualidade de nossos cafés”, conclui.
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