Ibovespa avança com perspectivas de inflação e Selic; Vale ajuda

Publicado em 03/07/2023 12:08

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista começa o segundo semestre com viés positivo, endossada por nova melhora nas projeções de inflação na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, que também mostrou queda nas estimativas para a taxa Selic ao final do ano -- para 12%, de 12,25% calculados anteriormente.

Às 11:47, o Ibovespa subia 1,22%, a 119.531,88 pontos, em movimento reforçado pelos papéis do setor de mineração e siderurgia, que figuravam entre as maiores altas. O volume financeiro no pregão somava 7 bilhões de reais,

A pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou "melhoria considerável das expectativas de inflação de 2025-26", nas palavras do Goldman Sachs, que também destacou a queda nas projeções para a Selic no final de 2023 e no final de 2026, enquanto as previsões para 2024 e 2025 não mudaram.

Para Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco norte-americano, as mudanças nas projeções se somam a uma combinação de eventos recentes que deve dar ao Banco Central conforto para começar um ciclo de alívio monetário gradual na próxima reunião do Copom, em agosto.

Estrategistas do BTG Pactual reforçaram que a menor percepção de risco político/fiscal, iniciada em maio após a aprovação do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados e que continuou em junho, está retirando a pressão dos juros reais de longo prazo, alimentando o mercado acionário.

Em comentários sobre suas recomendações para julho, Carlos Sequeira e equipe afirmaram esperar que as taxas reais de longo prazo continuem caindo nos próximos meses, à medida que o debate sobre a reforma tributária se intensifica, o afrouxamento monetário começa e as condições financeiras melhoram.

Citando um "exercício", eles afirmam que um cenário de taxas de longo prazo de 4,5%, versus 5,25% hoje, crescimento do PIB de 1,5% (pesquisa Focus projeta crescimento de 2,19% em 2023 e 1,28% em 2024) e inflação de 3,5% (próximo do ponto médio da meta) coloca o Ibovespa em cerca de 132 mil pontos.

"Um cenário mais benigno, com taxas de longo prazo caindo para 4,0%, crescimento do PIB em 1,5% e inflação de 3% aponta para ... Ibovespa em 151 mil pontos."

DESTAQUES

- GERDAU PN avançava 2,99%, a 25,82 reais, em sessão positiva para o setor, com o noticiário contemplando pedido do governo Tangshan, maior centro siderúrgico da China, para as siderúrgicas locais reduzirem a produção como parte de esforços para melhorar a qualidade do ar. No caso da Gerdau, o BTG também adicionou o papel na sua carteira recomendada para o mês. No setor, USIMINAS PNA valorizava-se 3,68% antes de dados do setor automobilístico nesta semana e CSN ON tinha elevação de 2,31%.

- VALE ON subia 2,93%, a 66,1 reais, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na China, com o anúncio de que a barragem Torto no complexo de Brucutu teve sua licença de operação aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental da Semad de Minas Gerais. A estrutura receberá parte dos rejeitos provenientes da usina de Brucutu, localizada em Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG).

- PETROBRAS PN valorizava-se 1,52%, a 29,98 reais, retomando o sinal positivo após forte queda na última sexta-feira (-4,8%). No exterior, o contrato de petróleo Brent rondava a estabilidade, com variação positiva de 0,05%, a 75,45 dólares o barril. O BTG excluiu os papéis da Petrobras de sua carteira recomendada, citando "performance estelar de junho -- e no acumulado do ano".

- BANCO DO BRASIL ON tinha elevação de 1,92%, a 50,35 reais, com bancos também acompanhando o viés positivo na bolsa. BB também entrou no portfólio de recomendações do BTG para o mês. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,79%, BRADESCO PN avançava 0,91% e SANTANDER BRASIL UNIT registrava acréscimo de 1,89%.

- TIM ON recuava 1,64%, a 14,38 reais, em meio a ajustes após avançar nos dois pregões anteriores, período em que acumulou um incremento de quase 3%. No setor, TELEFÔNICA BRASIL ON mostrava variação negativa de 0,02%.

- RD ON caía 1,25%, a 29,23 reais, revertendo a alta dos primeiros negócios, quando renovou cotação recorde intradia a 29,90 reais. Na sexta-feira, após o fechamento da bolsa, a rede de varejo farmacêutico disse que irá pagar 102 milhões de reais na forma de juros sobre capital próprio (JCP) a acionistas até 1º de dezembro, quase 0,06 real por ação.

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Fonte:
Reuters

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